Tudo sobreDoutor Estranho | 50 Anos
Criado oficialmente pelo roteirista Stan Lee e pelo desenhista Steve Ditko, Stephen Vincent Strange, o Doutor Estranho, apareceu pela primeira vez em Strange Tales #110, de julho de 1963. Inicialmente apresentado como um "mestre da magia negra", Strange assumiu dez anos depois, com a morte de seu mestre, o título de Mago Supremo; desde então, é conhecido como o personagem mais poderoso do universo mágico e místico da Marvel Comics.
Como muitos personagens da editora criados na Era de Prata dos quadrinhos, Stephen Strange tem sua vida definida por seus erros. Americano nascido em 1930, neurocirurgião brilhante, mas arrogante, o médico sofre aos trinta e poucos anos um acidente de carro que danifica os nervos de suas mãos. Depois de gastar toda a sua fortuna buscando meios alternativos de se curar, Strange se desespera. Ao tomar conhecimento de um certo Ancião, ele parte então ao Tibete, onde não encontra uma cura, e sim uma ordem de artes místicas que o ensina a canalizar e manipular, com artes marciais e magia, todo tipo de energia que nos cerca.
Alguns dos personagens mais conhecidos das histórias do Doutor Estranho já apareciam nas edições seguintes de Strange Tales, entre 1963 e 1964, como a entidade Dormammu - arqui-inimigo do herói, que usa a Dimensão Negra como base de seus ataques ao plano terreno -, a feiticeira Clea, sobrinha de Dormammu e interesse amoroso de Strange, e o serviçal Wong, guardião da residência do Doutor Estranho: o sobrado de três andares Sanctum Sanctorum, construído em Nova York sobre terreno pagão e ponto de confluência de energias sobrenaturais.
Outros elementos consagrados que também já apareciam no começo das HQs são os instrumentos que Doutor Estranho usa para aumentar seus poderes, como a Capa de Levitação, que dá a capacidade de voo a quem a usa, o Livro de Vishanti, com uma lista de feitiços, e especialmente o Olho de Agamotto, que serve como proteção, revela ilusões, dispensa magias e gera rajadas de energia. Se Stephen Strange já tem muito em comum com Tony Stark - desde o cavanhaque (em algumas interpretações) até a arrogância -, o Olho de Agamotto, que o Doutor carrega como um amuleto junto ao peito, é esteticamente similar ao Reator de Arco do Homem de Ferro.
Apesar dessas semelhanças - Doutor Estranho e Homem de Ferro foram criados num intervalo de quatro meses por Lee - o estilo das HQs do mago era bastante particular, com paisagens surrealistas e efeitos psicodélicos que, combinados com a trama cheia de cosmologias e misticismos, caiu no gosto da geração universitária dos EUA nos anos 1960 que se abria a experimentações e culturas orientais. No importante ano de 1968, então, chegava ao fim a série Strange Tales (que ainda era estrelada por nomes como Tocha Humana e Nick Fury em épocas diversas), que, sem zerar sua numeração, passou a se chamar Doctor Strange.
Doutor Estranho quase virou série de TV em 1978, quando a Universal produziu um longa-metragem como forma de episódio-piloto. Com Peter Hooten no papel principal e Jessica Walter (hoje conhecida como a Lucille Bluth de Arrested Development) interpretando a feiticeira Morgana, o telefilme tomava algumas liberdades em relação aos quadrinhos - Stephen Strange é órfão, residente de psiquiatria, mulherengo mas não arrogante, e não sofre o acidente que acaba com os movimentos de suas mãos - mas tinha o visual psicodélico que era associado ao herói na época: as cenas ambientadas nos sonhos (uma dimensão à parte, segundo o mestre de Strange, Thomas Lindmer, personagem que só existe no telefilme) parecem viagem de LSD.
Mais fiel à origem, mas nem tanto, é o longa-metragem animado lançado pelo Marvel Studios em 2007. Estão lá elementos tirados diretamente dos quadrinhos de 1963, como a traumática relação de Stephen com sua irmã (cuja doença terminal o incentiva a estudar medicina) e a disputa na hierarquia na ordem tibetana (o violento Mordo, primeiro na linha de sucessão do Ancião, se rebela quando Stephen se torna o pupilo do mestre). Para não causar estranhamento com o público jovem, porém, o filme privilegia a ação - a equipe do Ancião basicamente cria armas brancas, escudos e projéteis com magia - e deixa de lado o ocultismo, como repetir frases para conjurar feitiços.
Nos projetos atuais do Marvel Studios no cinema, a única referência a Doutor Estranho feita até agora é extra-oficial: um vislumbre rápido, na sala de tesouros de Odin, do que pode ser o Globo de Agamotto, que Strange mantém no Sanctum Sanctorum para fins de clarividência: identificar perigos e onde magia está sendo usada no mundo. Com o feiticeiro chegando aos cinemas na Fase 3 da Marvel, mais novidades devem sair em breve. O filme do Doutor Estranho tem roteiro escrito por Thomas Dean Donnelly e Joshua Oppenheimer e deve chegar aos cinemas em 2016.
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