No ano da última temporada de Veep no Emmy, o esperado era que tanto a produção, que levou a estatueta de melhor série de comédia nos últimos três anos, quanto sua protagonista, Julia Louis-Dreyfus, que ganhou em todos os anos que concorreu, sairiam vitoriosas. Mas a noite de ontem (22), surpreendentemente, pertenceu a Phoebe Waller-Bridge, criadora e estrela principal de Fleabag, série que levou os prêmios de melhor roteiro, direção, atriz principal e série de comédia. Apesar de não ter tido nenhuma menção no Emmy em sua primeira temporada e ter pouca divulgação no Brasil, Fleabag é uma das mais aclamadas séries atuais, e reúne um leque impressionante de atores coadjuvantes – como Olivia Colman, Fiona Shaw, Kristin Scott-Thomas e Andrew Scott.
Fleabag, e precisamente a sua segunda temporada, foi a primeira grande produção de Phoebe Waller-Bridge aclamada fora do Reino Unido, e apesar de ter estreado na televisão em 2016, a série é uma adaptação da peça de mesmo nome escrita também por ela, que entrou em cartaz em Londres em 2013. Na peça, a história que foca nas aventuras (principalmente sexuais) de uma mulher de 30 e poucos, é carregada totalmente pela atriz no palco, mas na televisão, ganhou intérpretes para as figuras que circundam a vida da protagonista, como a sua irmã, pai, madrasta e cunhado. No Brasil, as duas temporadas de Fleabag estão disponíveis no Amazon Prime Video.
Apesar de ter sido a responsável por alavancar a carreira de Waller-Bridge, a produção não foi sua primeira experiência profissional. A inglesa iniciou sua carreira atuando no teatro e chamou atenção dos holofotes aparecendo na segunda temporada de Broadchurch antes de criar e comandar Crashing, série inglesa que foca na vida de seis residentes de um hospital abandonado. A série, disponível na Netflix no Brasil, preparou o solo para o seu trabalho em Fleabag. Apesar do sucesso no Emmy e uma homenagem programada para o BAFTA, Phoebe Waller-Bridge repetidamente alegou que Fleabag chegou ao fim e que fãs não devem esperar um retorno da personagem para uma terceira temporada: "Me parece o jeito certo de encerrá-la, no ponto alto", ela explicou após as vitórias na Academia televisiva.
Felizmente, o trabalho de Waller-Bridge segue mais ativo que nunca, e atualmente se expande para além das fronteiras da comédia. Como produtora e roteirista de Killing Eve, thriller britânico que rendeu à Jodie Comer a estatueta de melhor atriz em série dramática no Emmy deste ano, Waller-Bridge está por trás de outras cinco indicações da premiação, nas categorias de drama (melhor série de drama, melhor atriz coadjuvante, melhor roteiro e melhor direção). Ao contrário de Fleabag, Killing Eve já está renovada para a terceira temporada, e ainda não deu sinais de um fim previsto.
Cimentando sua carreira como roteirista e se afastando das telas, Waller-Bridge está envolvida no roteiro de 007: No Time to Die, e desenvolve uma nova comédia, Run, desta vez para a HBO. Com Vicky Jones, roteirista que trabalhou tanto em Fleabag quanto Killing Eve, a produção contará com Domhnall Gleeson e Merritt Wever no elenco, além de Waller-Bridge como uma personagem recorrente, e ainda não tem data de estreia anunciada.
Enquanto fãs de Fleabag aguardam uma reviravolta e o anúncio de uma terceira temporada, Waller-Bridge segue uma trajetória empolgante de testemunhar, principalmente por caminhar em diversos gêneros com facilidade. Com estatuetas de sobra para certificar seu talento, a estrela do Emmy 2019 tem um futuro promissor, que deve render produções de comédia, drama, ação, e onde mais Waller-Bridge quiser explorar suas habilidades.