À Beira do Abismo (Man on a Ledge) entra em cartaz nesta sexta nos cinemas do Brasil. Nosso correspondente em Los Angeles, Steve Weintraub, do site parceiro Collider, entrevistou o elenco para a divulgação do filme.
Depois de publicarmos a entrevista com Sam Worthington, mostramos agora o bate-papo com os atores Jamie Bell e Genesis Rodriguez, que falaram sobre os testes que fizeram para entrar no elenco do filme. Bell também falou sobre a sequência de Tintim e o início das filmagens e, claro, karaokê.
Eu sempre tento começar minhas entrevistas com algumas perguntas divertidas. Então vou começar: qual é a sua música de karaokê favorita?
Jamie Bell: Ótima pergunta.
Genesis Rodriguez: Meu Deus.
JB: Ah, depende. Quer que eu fale primeiro...?
GR: Sim, por favor. Eu preciso pensar sobre isso.
JB: Certo, por um tempo foi "Heart Shaped Box", do Nirvana. Aí percebi que eu devia fazer o que eu sei... Porque seria um pouco forçado achar que eu poderia ser um rockeiro grunge.
Acho que você conseguiria.
JB: Então agora eu gosto de cantar um pouco de Arctic Monkeys. E eu quero muito tentar cantar Mumford & Sons porque...
GR: Eu gosto dessa. Seria bem...
JB: É. Eu acho que combina com a minha qualidade vocal.
GR: Eu acho que sim.
JB: Desculpe, você quer... Você quer falar?
GR: Quê?
Você tem uma música?
GR: Tenho. Eu não tenho uma música... Eu sei como "reggaetonear". Que seria cantar reggaeton.
JB: Alias, eu já passei por isso, sei como é.
Eu imagino, pelo jeito de enrolar a língua.
GR: Eu sou muito boa nisso, então acho que cantaria qualquer música popular.
Agora outra coisa que quero tirar dessa pergunta é: um de vocês cantaria na frente das câmeras agora?
JB: Não.
Tive que perguntar.
JB: Não.
Você está pensando no assunto.
GR: Eu tenho que pensar.
JB: Canta.
GR: Não. Não vou.
JB: Certo.
Certo, vou falar sério e passar para o motivo de estar aqui.
GR: Não...
Basicamente... Não, eu ia fazer uma piada sem graça.
JB: Por favor, faça. Eu estou sentado aqui o dia todo. Ninguém fez nada assim.
Estou aqui por causa do "À Beira", sabe? O filme.
JB: À beira do filme...
É, "À Beira do"... Isso. Falem um pouco sobre como se envolveram com o projeto. Foi algo que vocês foram atrás ou que veio até vocês?
JB: Me mandaram o roteiro. Normalmente eu não recebo muitos roteiros de suspense. E dos filmes de suspense que foram feitos na última década, não me lembro de nada tenha sido escrito com tanto mistério e ação e uma narrativa tão inteligente. Eu achei que estava sendo muito inteligente porque estava entendo tudo. E aí puxaram o meu tapete. Eles me deram o que o gênero promete: me surpreender. E entre isso e a seleção de grandes atores, incluindo a Genesis...
GR: Obrigada.
JB: … no filme... Era o primeiro filme do Asger e eu achei que tinha algo sexy, atraente...
GR: Sexy?
JB: Um pouco, sim. Isso foi bem apelativo, eu nunca fiz algo assim, por isso pulei do abismo.
GR: Eu não sou o Jamie Bell. Eu tenho que fazer testes para os filmes. Então eu fiz uns 20 mil testes, até que tive uma química com ele. E foi isso. Consegui.
Falem um pouco sobre essa química. Para você deve ter sido: "o papel é meu". E como é para você?
JB: Falando nisso, eu não fiquei tipo: "o papel é meu". "Eu fui escolhido para o papel".
GR: Você falou isso! Você fez!
JB: Eu fui muito meigo. Muito meigo. Eu falava: "o que você precisar. Eu ajudo". Para mim foi como... Como foi para você? Porque para mim foi uma das melhores leituras com outro ator. Foi tão espontâneo.
GR: A melhor.
JB: Acho que foi inesperado para toda a produção. Eles não sabiam como ia ser, mas aconteceu.
GR: Sabe o que aconteceu comigo?
JB: Desculpa, não consigo falar.
GR: Você se lembra? Eles me disseram que eram as mesmas cenas dos testes que fiz cinco vezes. Eu nem pensei em repassar as cenas que eles tinham mandado por e-mail. Então eu imprimi o e-mail, peguei os papéis e sai. Quando eu estava no carro eu percebi que eram cinco cenas completamente diferentes.
JB: Você devia saber. Ser profissional. Deveria saber.
GR: Eu entrei em pânico. Aí ele estava lá e ele foi muito legal...
JB: Essa história vai mudar depois. Era diferente no começo do dia.
GR: Você estava na sala antes daquela leitura, então só aconteceu. Nós nos demos bem.
Antes que meu tempo acabe com vocês, e está acabando, eu tenho que perguntar: você tem algo para falar sobre a sequência de Tintim? Ouvi dizer que talvez você faça motion capture no meio do ano. E também Casa de mi Padre. Estou muito empolgado com esse filme. Fale um pouco sobre ele.
GR: Você.
JB: Vai.
GR: É um filme doido incrível. Vai assistir. Will é hilário.
JB: Mal posso esperar.
GR: É engraçado.
Eu estou mesmo muito animado. Tudo em espanhol.
JB: Problema resolvido. É engraçado, eu vou assistir. Estou tão feliz que é engraçado. É, o Peter [Jackson] está fazendo O Hobbit. Ele vai filmar o próximo. Temos que ver se vai entrar na agenda do meio do ano. Mas eu sei que o roteiro está sendo escrito agora.
Kathleen Kennedy disse que ela espera que esse verão...
JB: Eu amo ela falando nisso. Ela é tipo a minha pessoa favorita.
Muito legal.
JB: Nossa...
Ela disse que quem sabe...
GR: Mas que diabos?
JB: Segunda pessoa favorita. Segunda.
Tenho que encerrar. Muito obrigado e parabéns pelo filme. E muito obrigado pelo karaokê.
A história acompanha uma policial (Elizabeth Banks) especializada em negociar com suicidas que tenta demover um ex-policial de Nova York e fugitivo da justiça (Worthington) a desistir de se jogar de um arranha-céus.
Anthony Mackie (Guerra ao Terror), Jamie Bell (Billy Elliot), Ed Harris, Edward Burns e Genesis Rodriguez também estão no elenco. O roteiro foi escrito por Pablo Fenjves, com segunda versão de Chris Gorak (Toque de Recolher) os irmãos Erich e Jon Hoeber (Red, Terror na Antártida).
À Beira do Abismo é dirigido pelo dinamarquês Asger Leth, cujo único outro filme, Ghosts of Cité Soleil, foi exibido por aqui apenas no Festival do Rio de 2007. A produção fica por conta de Lorenzo di Bonaventura, que produziu Transformers, G.I. Joe: A Origem de Cobra e Salt.
À Beira do Abismo está em cartaz.