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Dredd | Omelete Entrevista Karl Urban

Ator fala sobre a violência no filme

20.09.2012, às 12H00.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 17H17

Durante a Comic-Con 2012, nosso correspondente de Hollywood, Steve Weintraub, conseguiu conversar um pouco com Karl Urban sobre seu último filme Dredd.

O ator falou sobre o resultado final do filme, a brutalidade que aparece e novidades sobre o segundo filme da franquia Star Trek, inclusive o cenário e a filmagem em IMAX.

Como você está hoje?

Karl Urban: Estou bem, obrigado. Tem sido uma semana longa. Semana longa. Viajando da Nova Zelândia para Londres, de Londres para Nova York, para Los Angeles e depois aqui.

Deve haver algo que... Obviamente, estamos na Comic-Con. É a primeira vez que você mostra o filme "Dredd" para alguém. Mas deve haver, mesmo depois de todas essas viagens... Você mostra o filme. Todos têm uma ótima reação. Deve dar uma carregada na energia. E também por saber que é a primeira vez que um público de verdade vê o filme.

KU: Sim, isso foi... Foi importante para mim. Ver o filme pela primeira vez com um público. Simplesmente para ver o que o público acha. E... eu só queria que Alex Garland estivesse aqui para ver. Porque... simplesmente teria... Simplesmente teria sido uma ótima... Teria dado um ótimo estímulo... saber que acabou saindo muito bem.

O que...? Obviamente, já fizeram muita coisa... Você já falou sobre isso, na última vez que conversamos. Você falou que não iria tirar o capacete em "Dredd". E todos falaram... Você falou várias vezes e todos reportaram. Foi como se não tivessem acreditado.

KU: Sim.

Até assistirem ao filme. Por que você acha que ninguém acreditava que você estava dizendo a verdade?

KU: Eu não sei. Eu sempre digo a verdade. Eu não tenho ideia. Não, eu não sei. Eu acho que é por causa da imagem da versão anterior do filme. Mas foi sempre importante para nós. Não tinha como... Era praticamente inconcebível fazermos um filme sobre Dredd, e mostrar Dredd tirando o seu capacete. E eu me encontrei com Alex, Andrew, Allon e Pete. E eles falaram para mim: "Você sabe que o capacete fica o tempo inteiro?" E eu respondi: "Eu não faria o filme... Não estaria neste reunião, se eu lesse o roteiro e ele tirasse o capacete." Então, estávamos de acordo com isso. E foi... E era importante acertar. Eu era fã de "Dredd" enquanto eu crescia. Então... para mim, eu sabia... que ele... Que o elemento misterioso de... ser o representante sem rosto da lei, era muito importante. E é isso que dá ao Dredd o seu enigma. É... Isso é... parte do pacote.

Uma das coisas que eu amo sobre o filme é quão brutal ele é. Eu acho que muitos filmes vão para a censura 18 anos simplesmente passam do limite. Mas vocês mantêm a realidade. Vocês vão até o limite dos 17 anos, e ultrapassam sem olhar para trás.

KU: Nós passamos por ele. "Olá!"

Eu estou curioso... Foi sempre a intenção de ser tão brutal e tão explícito como é? Ou foi algo que no set vocês falaram: "Nós conseguimos fazer isso"?

KU: Para ser honesto, eu não tinha noção quão explícito seria até vê-lo na exibição no outro dia. E eu percebi que era diferente de qualquer filme que eu já tinha visto. E eu acho que parte disso é pelo fato de que... há uma droga no nosso filme chamada "Slo-Mo", e diminui a velocidade do tempo, e então... coisas que são explicitamente violentas... acabam se tornando imagens lindas em movimento. E isto realmente transforma... Transforma... essa violência explícita em arte. Primeiramente, você fica horrorizado e chocado. Eu fiquei chocado! E depois pensei: "Meu Deus! Isto é realmente bonito e estranho." Eu nunca vi nada igual.

Muitas vezes, quando você aceita participar de um projeto, você recebe o roteiro, e coisas mudam na pré-produção, no set também. Às vezes o filme finalizado não tem nada a ver com o que você aceitou fazer. Em "Dredd"... de quando você entrou para o projeto, até o filme finalizado, quanto este filme se parece com o que você aceitou fazer?

KU:  Eu acho que... ficou muito melhor que eu imaginei. Fazer filmes não é fácil. Você pode errar a qualquer momento.E nós éramos um filme menor.  E... para mim, o melhor foi na outra noite, junto com o público. E ficar ouvindo... Ouvir quando dava certo, ouvir... O público estava tão engajado. Ouvi-los torcer pelos heróis. Quando riam do humor que tem no filme. Eu pensei: "Isto funciona. Isto realmente funciona." E... eu estou simplesmente feliz. É realmente incrível.

Fale um pouco sobre... Como um ator, quanto tempo você estuda um roteiro para se preparar? Algumas pessoas  com que eu falei disseram que logo que recebem o roteiro, já começam a estudá-lo. Outros falaram que esperam até o último minuto, para ficar bem fresco na memória. Estou curioso sobre como você funciona?

KU: Pessoalmente… eu gosto de ter tempo. O tempo em que eu recebo um roteiro... é um dos momentos mais interessantes, para mim, sobre o que eu faço. Porque é neste momento que eu acho, na maioria das vezes, ser... o mais estimulante, e, muitas vezes, o mais criativo.  Muitas vezes, quando se está em filme, é como se estivesse na trincheira de uma guerra. Você tem que trabalhar todos os dias e você está lidando com coisas diferente. Então, para mim, é um momento muito importante. E eu acredito em primeiras impressões. Mas eu também acredito em... ter o benefício de pensar em quantas opções eu tenho em qualquer momento, para contar o máximo que consigo sobre o personagem. E isto leva tempo e energia. Mas quando é sobre, especificamente, decorar os diálogos, não é algo que eu cubro a página e fico... decorando desse jeito. E muitas vezes eu mudo e deixo mais natural. E eu gosto de fazer coisas diferentes em takes diferentes. Mas "Dredd" foi um pouco diferente, porque nos encontramos com Alex Garland, e... ele se encontrou com John Wagner, e ele falou: "Dredd fala menos. Dredd fala menos." E cortaram todo o diálogo. E, depois eu me encontrei com Alex na Cidade do Cabo, tivemos uma reunão, e eu disse: "Dredd fala menos. Dredd..." Então, foi diminuindo cada vez mais.

Eu acho isso uma das coisas mais legais sobre o filme: não parece... Não tem nada desnecessário no filme. É simplesmente brutal... Desencana, estou falando demais. Quero mudar completamente de assunto antes que acabe o tempo. Eu sei que você não pode falar sobre "Star Trek". Eu não vou perguntar nada que te trará problemas.

KU: Sim.

Então, vou perguntar só coisas que você pode responder.

KU: Tudo bem.

Tudo bem.

KU: Claro.

Damon Lindelof me contou que uma das coisas legais sobre a sequência foi que vocês construíram o set da Enterprise, para que vocês percorressem de um lado para outro...

KU: Sim.

… em um só take. Conseguindo andar por tudo.

KU: Sim.

A outra coisa, Chris Pine me disse que vocês filmaram muitas coisas da ponte, nos primeiros dias.

KU: Sim.

Então, eu estou curioso... Como foi, para você, trabalhar em um ambiente em que a ponte e tudo foram construídos? E, também, como foram os primeiros dias no set?

KU: Com certeza foi uma das coisas mais legais de voltar a "Star Trek"... Você está certo, eles tinham construído muito mais. E você realmente se sente como... se estivesse na Enterprise. Você saía da ponte e andava pelos corredores, você ia para esquerda, para direita, você ia à parte central, à sala de teletransporte. Estava tudo conectado. E, na verdade, o que eles fizeram com o set foi... abrir em certos lugares.  É simplesmente... Sem falar muito... Você verá mais da Enterprise neste filme. E... E foi... Voltar... foi muito surreal. Foi literalmente... Lá estávamos nos mesmos uniformes, nós tínhamos os mesmos extras, a mesma equipe. J.J. está lá. E nos vimos fazendo os primeiros takes. E J.J. está movendo a câmera como nenhum diretor com que eu já trabalhei. Ele tem um estilo próprio. E... foi tão surreal. Foi, literalmente, como se tivéssemos voltado no tempo. Foi como entrar numa máquina do tempo. E... Mas foi ótimo ver como todos cresceram e evoluíram neste período. Todos nós fizemos outros projetos. E... não só pessoalmente, mas criativamente, todos nós mudamos e evoluímos. E foi incrível voltar. Nós ainda temos o mesmo... senso de humor. Nós simplesmente não paramos de rir o dia inteiro. E... Foi simplesmente... Eu me sinto abençoado. É um grupo incrível de se trabalhar.

Minha última pergunta, porque eu tenho que terminar com você. Uma das coisas que eu estou mais empolgado é que vocês filmaram parte do filme em IMAX.

KU: Sim.

Com câmeras de IMAX. Como foi esta experiência para você? Foi a primeira vez que trabalhou com IMAX? E... Porque é muito alto e volumoso...

KU: É muito alto e volumoso, e não tem muito. Mas o visual é incrível. É simplesmente incrível. O negativo deixa de ter 35mm e passa para um negativo desse tamanho. Muito mais informação. J.J., eu acho, que realmente se apaixonou pelo IMAX. Então, durante a produção do filme, ele queria filmar o máximo possível em IMAX. Então... E eu posso dizer... Eu, na verdade, posso anunciar que terão algumas coisas especiais aparecendo na Comic-Con 2012, nas próximas horas... Espero que até o final do dia.

Eu ouvi no youtube.

KU: Até o final do dia. Youtube. "Youtube Star Trek Comic-Con Sneak Peak.

Vamos acabar aí. E direi: muito obrigado pelo seu tempo. E eu sei que estão me expulsando… Prazer em conversar com você.

KU: Legal. Muito obrigado. Se cuide.

Dredd estreia dia 21 de setembro nos cinemas.

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