Em entrevista com Érico Borgo, Dwayne Johnson, protagonista de Hércules, e Brett Ratner, diretor do longa, falam sobre o que faz desse filme diferente de seus antecessores, a dualidade do herói e os próximos passos.
Eu visitei o set de Hércules ano passado e tenho que dizer, você parecia muito feliz cercado por figurantes dentro daquela grande cidadela. Então, pensando nisso, como você se sentiu? Como foi essa experiência?
Brett Ratner: Eu estou muito orgulhoso do filme, eu sempre sonhei em fazer um grande filme épico como... como, sabe, Ben-Hur. Um grande filme com cavalos, carruagens, milhares de figurantes e sets enormes. E eu fiz, agora eu sei como fazê-los.
E que tipo de habilidades você ganhou no set? Novas habilidades.
BR: Eu acho que nunca havia feito cenas de batalha, fiz cenas de luta mas nenhuma de batalha. então eu aprendi muito nesse filme, em todos os filmes que faço eu aprendo muito. Eu nunca havia trabalhado com cavalos, 3D ou IMAX antes. Então aprendi muito, é meu décimo longa-metragem.
E qual foi sua coisa favorita?
BR: Eu acho que foram as cenas de batalha, porque tínhamos 1 ou 2 mil pessoas no set o tempo todo e tínhamos armas, carruagens, cavalos e as batalhas, pra mim foi a coisa mais legal.
Vamos falar um pouco sobre essa dualidade. É a primeira vez que vemos o Hércules bem equilibrado. O homem e o deus em um filme só. Você pode falar um pouco sobre isso?
Dwayne Johnson: Claro! Esse foi um elemento que desde o começo me intrigou muito. Que é essa dualidade de "E se ele não fosse o filho de Zeus ou se ele fosse ambivalente sobre isso?" E se ele pensasse que em primeiro lugar ele é um homem que entra nessas batalhas e guerras épicas e espera sair vivo, mas tem o objetivo de inspirar os que estão ao seu redor a fazerem o mesmo. Eu amo esse elemento em Hércules e é algo nunca antes visto nos outros "Hércules" anteriores. Foram 40 versões em filmes e isso é muito de um personagem.
BR: Eu acho que o que torna esse filme diferente é que ele é mais pé no chão, é mais real, não é sobre... A maioria dos filmes desse gênero são de fantasia, sabe, essa é a história do homem por trás do mito, da lenda, então você realmente vê sua humanidade na força, mas como um homem e não um deus. Então é mais fácil de se relacionar.
DJ: Outra coisa que você não vê em outros "Hércules" que me orgulho de ter mostrado aqui, pois é importante. É dar honra e glória ao time ao redor de Hércules. Porque sendo tão bem-sucedido quanto ele é na mitologia que conhecemos, ele completou os 12 trabalhos, e quão perigosos e difíceis eles eram, ele não os fez sozinho. Não em nossa versão, ele os fez com ajuda de seus companheiros de time, o que foi muito importante.
Qual o próximo passo que vocês devem dar em Hércules?
BR: Ah, Deus, sabe, no nosso filme Hércules é um mercenário. Então ele vai lutando batalhas e viajando para, talvez... onde devemos ir, Polônia? Algum lugar... Brasil! Ó meu Deus, seria incrível. O que acontecia no Brasil em 350 aC?
Nada demais.
BR: Só um pedaço de terra?
Sim. Tenho que perguntar. Você ficou desapontado com a estreia do filme nos Estados Unidos?
BR: Não, não, ficamos muito felizes. Digo, sempre pensamos nesse filme como algo internacional, um filme que tem um desempenho muito bom internacionalmente, porque temos um elenco internacional, sabe? É um período com muitos lançamentos nos EUA, e no final ficamos muito felizes. Sabe, é uma indústria de filmes global, não é só sobre os EUA, se os EUA somassem 50% dos ganhos nós provavelmente estaríamos desapontados, mas no mundo estamos fazendo sucesso, sabe, está sendo enorme na Rússia, todos os outros países, estamos estreando na China. Então é um evento global incrível.
O que você acha desse novo poder dos mercados estrangeiros?
BR: É demais, a globalização dos filmes é incrível, inspiradora. Filmes não precisam ser um grande sucesso nos EUA e mesmo assim podem lucrar muito pelo mundo por causa da mídia global e da ascensão dos mercados emergentes como Brasil, Rússia e China.
Obrigado.
BR: Se cuide, obrigado.
Hércules já está nos cinemas.