Filmes

Vídeo

A Hora Mais Escura | Omelete Entrevista Jessica Chastain

Atriz fala sobre as filmagens

13.02.2013, às 13H55.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 17H18

Steve Weintraub, nosso correspondente de Hollywood, conversou com Jessica Chastain sobre o filme que lhe rendeu uma indicação ao Oscar, A Hora Mais Escura (Zero Dark Thirty). No bate-papo, eles falaram sobre como ela conseguiu o papel de Maya, como foi assistir ao filme pela primeira vez e cenas deletadas.

 

Está muito diferente. A última vez que nos falamos, há dois anos, no Festival de Sundance.

Jessica Chastain: Sim.

Nós fizemos uma entrevista de 30 minutos. E, eu sabia naquele momento… Eu pensei: "Eu nunca vou conseguir 30 minutos com ela de novo."  Eu pensei: "Eu sabia!" E eu acho que eu estava certo.

JC: Não é verdade.

Tudo bem.

JC: Se você quiser 30 minutos em algum momento, nós vamos marcar. Vou fazer com que Nicole, minha assessora, faça isso acontecer. Eu amei... Eu amei aquela entrevista com você. Foi uma das primeiras entrevistas que eu fiz, na verdade.

Isso eu acho difícil de acreditar. E eu imagino que nos últimos dois anos foram muitas entrevistas.

JC: Muitas. Eu tive quantos filmes lançados em dois anos?

17. Uns 17.

JC: Uns 17. Eu tenho o meu próprio box de DVDs.

Mas... Eu tenho muito a dizer, mas deixe eu ir direto no assunto. Tirando as brincadeiras. Um dos melhores filmes do ano. Tenho certeza que será indicado a tudo e tenho certeza que você já sabe disso. Porque já foi indicado a tudo.

JC: É muito emocionante.

Qual foi a sua reação ao ser contratada para esse filme? E foi um papel que você foi atrás?

JC: Sim. Bom, começou... Foi bem interessante. Eu estava filmando um filme chamado "Mama" em Toronto e eu recebi uma mensagem de Megan Ellison que é dona da Annapurna Pictures, com quem eu trabalhei em "Os Infratores", e dizia: "Me ligue agora por cinco minutos, por favor." Então eu liguei. Ela estava bem dramática. E ela disse: "Eu estou fazendo esse filme com Kathryn Bigelow. É um filme incrível, um papel incrível. Nós queremos que você faça, mas toda vez que falamos com o seu agente, ele fala que pela sua agenda não daria." O que era verdade, eu estava com a agenda lotada. Mas eu disse: "Eu adoro vocês, eu adoraria trabalhar com Kathryn Bigelow, ela é uma heroína para mim, vamos ver se dá certo." Kathryn me ligou na semana seguinte, o que eu não esperava, o que foi uma das coisas mais legais que já me aconteceram, me perguntando sobre o roteiro. Eu disse: "Sim, eu li o roteiro." Imediatamente, eu mandei um email falando: "Ouça, eu estou dentro. Se você der um jeito de ajeitar a minha agenda para eu fazer isso, eu estarei lá." E ainda bem que eles conseguiram. Por que...? Eu não... Eu já fiz o filme, então não sei porque estou batendo na madeira.

Qual foi a sua reação ao assistir ao filme pela primeira vez? Porque, eu imagino, filmando todos os dias, você acha que vai ficar de um jeito, mas com a edição...

JC: Sim.

…você nunca sabe qual take vão usar.

JC: Sim. A performance foi bem parecida com o que tínhamos falado. Tudo deveria ser definido antes de começarmos a filmar. Porque eu estava interpretando uma personagem que havia sido treinada para não ter emoções. E precisa analiticamente. Então, eu tive que... Porque eu fui treinada a minha vida inteira para ser emocional, eu tive que resolver como começar o filme em um lugar e terminar em outro lugar. E seguir a autenticidade da mulher de verdade que eu estava interpretando e para mostrar a sua jornada. Então, sim... houve muita dificuldade para fazer isso.

Fale um pouco sobre as cenas deletadas. Eu sempre estou curioso sobre cenas deletadas. Há muitas? Você se lembra de alguma?

JC: Há algumas cenas deletadas que eu acho que falavam mais sobre... Havia momentos fora do trabalho. Mas, eu imagino... Eu não sei por que foram cortadas... Eu imagino que foram cortadas porque é mais interessante ver a caçada a Osama Bin Laden e também, o que eu respeito muito nesse filme é que meio que dá uma responsabilidade para o papel convencional de uma mulher. Normalmente, as mulheres são definidas pelo seu interesse amoroso ou são as vítimas do vilão do filme, e ter essa mulher... E a história verdadeira é... Ela desistiu de tudo para isso. Ela não tinha um namorado, ela não tinha nada. Ela se tornou escrava de seu trabalho até o final. Foi quem ela se tornou. E eu acho que foi mais importante ficar nesta parte da história.

Fale um pouco sobre... Muitas vezes filmes mudam no set. Durante a filmagem. Mas eu ouvi que vocês realmente seguiram o roteiro nesse filme e não houve muitas mudanças. Isso é verdade?

JC: Isso é muito verdade. Houve algumas mudanças no roteiro de última hora o que foi difícil. Eu implorei a Mark Boal. Eu disse: "Ouça, porque eu estou interpretando uma personagem que é um computador, eu tenho que saber exatamente sobre o que eu estou falando, se houver alguma mudança no roteiro de última hora, por favor, me avise antes da uma da manhã da noite anterior. " Mas, às vezes, porque ele é tão talentoso, ele se inspirava e ele escrevia logo antes de filmarmos, e eu pensava: "Ai, meu Deus." E eu simplesmente... Como, por exemplo, a cena em que estou falando com Dan (Jason Clarke) por interfone... Quando eu finalmente… "Eu encontrei... É  Abu Ahmed..." É... É um discurso enorme. Esta cena era para ser filmada outro dia e eu descobri antes do almoço. Eles falaram: "Você consegue filmar isso hoje?" Então, eu peguei a hora do meu almoço e realmente trabalhei na cena. Então, houve muitas manobras como essa neste filme.

Totalmente. Eu tenho que terminar com você. Mas, sério, parabéns.

JC: Obrigada, Steve.

Vai concorrer a tudo.

 


 

 

A Hora Mais Escura estreia 15 de fevereiro nos cinemas.

Ao continuar navegando, declaro que estou ciente e concordo com a nossa Política de Privacidade bem como manifesto o consentimento quanto ao fornecimento e tratamento dos dados e cookies para as finalidades ali constantes.