Em entrevista exclusiva com Marcelo Forlani, Kenneth Branagh, ator e diretor de Operação Sombra - Jack Ryan (Jack Ryan: Shadow Recruit), fala sobre seus filmes de espionagem favoritos e apoia a indústria de cinema no Brasil.
Primeiramente, obrigado por me receber.
Kenneth Branagh: Por nada!
Ok! Posso começar perguntando qual é o seu filme de espionagem predileto? Ou seus 5 preferidos, como quiser.
KB: "Os Três Dias do Condor", "A Trama", esse não é um filme de espionagem mas sim de conspiração "Todos os Homens do Presidente".
Ok!
KB: Sim. Esses tipos de filmes.
Nesse aqui, a princípio você era o diretor, então decidiu atuar. Por que decidiu isso?
KB: Quando esse assunto veio à tona, o personagem Viktor Cherevin estava tão bem concebido, eu pensei que esse homem com um ressentimento tão pessoal, correndo contra o tempo e com uma personalidade cruel mesclada a um comportamento calmo, seria um personagem poderoso para interpretar num filme como esse. E eu queria atuar com o Chris Pine, que eu muito admiro e com a Keira. Então tive a chance de atuar com duas pessoas que admiro muito.
E qual é a diferença entre atuar e dirigir?
KB: Bom, dirigir complementou um prazer que já tenho pelo gênero. Eu amo os filmes de espionagem. Adoro quando tem como tema central os conflitos humanos. Eu adoro o fato de como Jack Ryan tem que se descobrir no meio de tudo isso. Então eu sabia que teríamos a combinação de boas cenas de ação, ótimas cenas de conflitos pessoais, como as cenas entre Kevin Costner, Chris e Keira. Mas também teríamos essa sensação de entrega pessoal, com que a audiência poderia se identificar. Eu realmente queria que o coração da audiência batesse junto com o de Jack ao longo da história, e acho que conseguimos isso.
E quando você decidiu rodar em 35mm?
KB: O diretor de fotografia Haris Zambarloukos e eu já fizemos 3, 4 filmes juntos e nós gravamos algumas cenas em digital, principalmente quando usamos luz noturna natural em algumas das cenas de perseguição. Porque estávamos nos baseando em filmes clássicos do gênero, do início da década de 70, filmes como "Conexão França" e "A Conversação". Nós queríamos um efeito granulado, que o 35mm possibilita, e de fato, nós tratamos digitalmente essa graduação na pós produção. Sutilmente, nós mexemos no digital e deixamos um pouco mais forte para enfatizar o aspecto granulado do filme de 35 mm. Para nós, foi uma escolha estética.
E cada vez mais, temos filmes rodados em Londres, devido aos incentivos fiscais. Você acha que Rio e Brasil poderiam participar disso também?
KB: Sim, claro. Em cidades que eu categorizo como tendo um DNA de cidade grande, onde tenha arquitetura histórica mesclada com arquitetura e vida moderna, e que tenha tudo que uma cidade grande possa fornecer, então sim! E não tenho dúvidas de que se a cidade do Rio de Janeiro entrasse nessa categoria, eu já reservaria a minha passagem!
Incrível! Antes de terminarmos aqui, em relação ao elenco de Thor, agora Chris e Tom são grandes estrelas de Hollywood, e como é para você vê-los como grandes estrelas? E complementando, você voltaria ao gênero de filmes de super-heróis?
KB: Eu fico realmente orgulhoso pelo desempenho de Chris e Tom. É incrível ver esse sucesso. Não é uma surpresa ver esses garotos que trabalharam com tanto afinco então eles mereceram tudo de bom que aconteceu, e continuaram trabalhando bastante, então estou muito orgulhoso deles. Eu me sinto honrado de ter trabalhado com eles nessa etapa de suas carreiras, eu adoro eles. Gosto mesmo deles. Eles são muito queridos. E sim, voltaria com certeza para o universo dos super-heróis! Com certeza!
Ok, muito obrigado!
KB: Obrigado.
Operação Sombra - Jack Ryan estreia 7 de fevereiro nos cinemas.