Elenco da 2ª temporada de Snowpiercer

Créditos da imagem: Snowpiercer/TNT/Divulgação

Netflix

Artigo

Expresso da Amanhã retorna sem perder o fôlego na 2ª temporada

Série promete mais caos pela frente com guerra entre trens e a introdução de Wilford, o criador da locomotiva principal

04.02.2021, às 12H44.

Expresso do Amanhã (ou Snowpiercer) é dos raros casos de séries que conseguem sobreviver ao caos dos bastidores. Entre diversas trocas de produtores, emissora, e tentativas de se encaixar entre a HQ original e o filme de Bong-Joon Ho, o seriado cresceu com viradas intensas e bons personagens. A segunda temporada não deixa a bola cair, e já começa tão frenética quanto a anterior.

[Cuidado! Spoilers da segunda temporada de Expresso do Amanhã abaixo]

Se as coisas já não estavam caóticas o suficiente após Layton (Daveed Diggs) liderar a revolta dos Fundistas contra a equipe de segurança do trem, os passageiros ainda tiveram a infeliz surpresa de serem atacados por uma outra locomotiva, supostamente comandada pelo senhor Wilford, o enigmático salvador da humanidade por trás da origem do Expresso do Amanhã. O mistério todo enfim é resolvido com a chegada do inventor, vivido por Sean Bean (O Senhor dos Anéis, Game of Thrones).

Deixar a figura de Wilford nas sombras, através das mentiras e encenações de Melanie (Jennifer Connelly), foi uma das decisões sábias do ano um, já que criou nos passageiros - e no espectador - um certo fascínio por sua imagem, exaltada de forma quase religiosa nos corredores metálicos. Quando o inventor enfim é apresentado, a segunda temporada não dá todas as respostas de uma vez, e opta por desenvolvê-lo por meio do contraste entre sua forma de comandar e as de Layton e Melanie.

Conflito parece ser a palavra-chave do novo ano. Não só a tripulação do Expresso do Amanhã bate cabeças para descobrir como viver em um mundo sem classes, como também há a chegada de Big Alice, o trem de Wilford que, como um parasita, se atrela à Locomotiva Eterna, trazendo extorsão e ameaças de mais violência. Dessa forma, o ano dois começa rico em material narrativo, com uma crise política bastante complexa, reforçada pelo inferno pessoal de cada um dos personagens.

Após descobrir que Zarah (Sheila Vand) espera um filho seu, Layton cogita retomar a lei marcial e o antigo sistema de divisões, colocando em risco tudo que sua revolta alcançou. É uma medida desesperada, e que lança dúvidas sobre as possibilidades de revoluções conseguirem se sustentar quando seus líderes não sabem lidar com o peso das próprias decisões. Paralelamente, Melanie reencontra a filha, Alexandra (Rowan Blanchard), que pensava ter morrido quando deu o golpe em Wilford. Para partir o coração da mãe, não só a garota está viva como também se aliou ao inventor, tornou-se maquinista da Big Alice e uma ferrenha defensora de como as coisas são tocadas por lá. Mesmo as tramas secundárias, como Till (Mickey Sumner) ser promovida a detetive e passar a investigar uma conspiração no trem, ou Ruth (Alison Wright) cada vez mais obcecada por Wilford, aguçam a curiosidade e criam um verdadeiro cenário caótico quando tudo se mistura.

Os melhores momentos de Expresso do Amanhã são quando as coisas beiram fugir do controle. Com duas locomotivas forçadas a cooperar entre si, líderes com motivações questionáveis, e uma verdadeira guerra fria entre maquinistas, a segunda temporada começa com fôlego na sua promessa de desordem e violência.

Expresso do Amanhã é transmitida semanalmente no Brasil pela Netflix

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