Kevin Costner em coletiva de Horizon, no Festival de Cannes 2024 (Reprodução)

Créditos da imagem: Kevin Costner em coletiva de Horizon, no Festival de Cannes 2024 (Reprodução)

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Costner sobre nativo-americanos em Horizon: “Não sou a pessoa para vingá-los”

Ator prometeu, no entanto, que personagens nativos terão mais espaço nas sequências

Omelete
2 min de leitura
20.05.2024, às 10H57.

Kevin Costner defendeu a representação dos nativo-americanos em seu novo faroeste, Horizon: An American Saga - Part 1, durante coletiva no Festival de Cannes 2024. O Omelete perguntou ao cineasta e astro do longa sobre a possível expansão do papel das tribos nativas nas três continuações planejadas da saga.

Na parte 4, os nativo-americanos são os personagens dominantes da narrativa. A questão é que Horizon é uma jornada menos tradicional, que atravessa décadas, então os personagens que vemos como crianças agora terão suas perspectivas representadas nos próximos filmes, certo? Os nativo-americanos fazem parte disso”, comentou ele, mas logo adicionou que sua abordagem da representatividade vem de um lugar de buscar o aperfeiçoamento da narrativa.

Eu não sinto a necessidade de balancear a história, o tempo de tela, entre as diferentes etnias. O mesmo aconteceu com Dança Com Lobos, porque naquele filme eu contei a história de um personagem branco, mas ele encontrava nativo-americanos em sua jornada, e eu tentei escrevê-los como se fossem pessoas. É simples assim”, comentou, lembrando de seu filme de 1990, que venceu sete estatuetas do Oscar contando a história de um soldado durante a Guerra Civil Americana, que se integrava à sociedade indígena durante uma missão em um posto afastado.

"A grande trapaça do Velho Oeste foi prometer uma nova terra onde as pessoas poderiam prosperar, escondendo o fato de que essa terra teria que ser tirada de um povo que já vivia lá há milênios", continuou. "A nossa expansão, nossa construção de país, veio a custo da destruição de centenas de culturas diferentes, e a custo do tráfico escravocrata, e a custo da Guerra Civil".

O cineasta completou dizendo que acredita ser "um homem consciente das questões de raça" da nossa sociedade: “Eu não sou a pessoa certa para vingar os nativo-americanos na história dos EUA, para consertar tudo de injusto que foi feito com eles, mas eu tento escrever os personagens mais reais que eu consigo. Não consigo preencher todas as caixinhas da representatividade sempre que vou fazer um filme, mas  tenho consciência dessa questão e tento representar as pessoas da forma mais íntegra possível. Tenho certeza que erro e acerto todas as vezes, mas as minhas intenções são boas”.

O Festival de Cannes 2024 acontece entre 14 e 25 de maio, exibindo filmes aguardados como Furiosa: Uma Saga Mad Max e Megalopolis, de Francis Ford Coppola, entre muitos outros. Fique de olho no Omelete para a cobertura completa.

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