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Festival de Cannes 2017 | Filmes de Michael Haneke e Sofia Coppola são apostas para a seleção

Pedro Almodóvar é o presidente do júri do evento, que acontece entre 17 e 28 de maio

09.03.2017, às 13H49.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H37

Termina nesta sexta-feira (10) o prazo para a inscrição de longas-metragens na 70ª edição do Festival de Cannes, agendado de 17 a 28 de maio, com a promessa de trazer uma seleção à altura de seu septuagésimo aniversário, no qual, além da Palma de Ouro, vai ser entregue uma Palma especial de setenta anos, eleita pelo júri, cujo presidente será o diretor espanhol Pedro Almodóvar. Nada se sabe sobre a programação deste ano, mas a imprensa europeia já começou a disparar suas previsões acerca dos potenciais concorrentes, cogitando que o evento vá exibir o piloto da série Twin Peaks, de David Lynch, em tela grande, aproveitando que sua estreia na TV americana está agendada para 21 de maio para antecipar seu lançamento, prestando uma homenagem à obra do cineasta. Cogita-se também que O Enganado (The Beguilded), o western erótico de Sofia Coppola com Nicole Kidman Colin Farrell, venha a abrir a seleta de títulos da Croisette, em concurso.  

De acordo com os maiores sites do Velho Mundo, as atrações de Cannes seriam:

  • Happy End: Ganhador de duas Palmas, conquistadas com A Fita Branca (2009) e com Amor (2012), o austríaco Michael Haneke pode ser o primeiro cineasta do mundo a receber o prêmio três vezes, agora com um drama sobre uma família francesa às voltas com refugiados. Isabelle HuppertMathieu Kassovitz e Jean-Louis Trintignant estão no elenco;
  • Des Lunettes Noires: Uma das mais respeitadas diretoras da França, Claire Denis (de Minha Terra, África e Bastardos) reúne Juliette BinocheGérard Depardieu e Valeria Bruni Tedeschi numa adaptação do livro de ensaios Fragmentos do Discurso Amoroso, de Roland Barthes, abordando histórias que permitam uma desconstrução da linguagem do amor; 
  • Baseado numa História Real (D'après une histoire vraie), de Roman Polanski: Diretor de cults como O Bebê de Rosemary, o octagenário mestre franco-polonês investe no suspense uma vez mais, apoiado em um roteiro escrito pelo diretor Olivier Assayas (de Depois de Maio), com base no romance homônimo de Delphine de Vigan. Na trama, Eva Green é uma fã fiel da escritora interpretada por Emmanuelle Seigner (mulher do diretor) que inferniza a vida da autora, a fim de interferir nos rumos de seu próximo romance. Previsto para estrear no Festival de Cannes, em maio.
  • Zama, de Lucrecia Martel: Mais aclamada realizadora da Argentina, na porção menos comercial (e mais ousada) do cinema dos nossos hermanos, a diretora de O Pântano (2001) volta ao cinema, produzida pela brasileira Vânia Catani (de O Palhaço), com a adaptação literária de um romance de Antonio Di Benedetto, ambientado no século XVIII.  O enredo fala de um funcionário da Coroa Espanhola alocado em uma colônia sul-americana que, à espera de uma transferência para Buenos Aires, sai à caça de um malfeitor. Matheus Nachtergaele integra o elenco.
  • Suburbicon, de George Clooney: Parceiro dos irmãos Coen em vários filmes, o galã mais politizado dos EUA dirige um roteiro assinado por seus habituais parceiros, com foco nas confusões que um crime deflagra em uma cidadezinha americana dos anos 1950. Matt DamonJulianne Moore Oscar Isaac estão no elenco.
  • Kings, de Deniz Gamze Ergüven: Famosa desde que o drama Cinco Graças concorreu ao Oscar de melhor filme estrangeiro, em 2016, a cineasta turca conseguiu levantar a verba necessária para filmar – com Hale Berry Daniel Craig - um drama centrado nos conflitos raciais dos EUA de 1991, quando o taxista negro Rodney King foi espancado pela polícia de Los Angeles. Na trama, Craig ajuda Hale a encontrar seu filho em meio aos protestos contra racismo.
  • La Cordillera, de Santiago Mitre: Premiado em Cannes em 2015 com Paulina, o roteirista mais disputado da Argentina quando o assunto é cinema político conta com Ricardo Darín como chamariz para esta trama sobre um encontro de cúpula entre líderes da América Latina, no qual os rumos do continente serão definidos. Estão em cena atores de peso do Chile (Paulina GarcíaAlfredo Castro) e do México (Daniel Giménez Cacho), além de uma participação do americano Christian Slater.
  • You Were Never Really Here, de Lynne Ramsay: Anda crescendo a boataria acerca da escolha deste novo trabalho da diretora escocesa, aclamada mundialmente em 2011 por Precisamos Falar Sobre o Kevin, como competidor da Palma dourada. Ela trouxe Joaquin Phoenix para o papel de um veterano de guerra que se esforça para salvar mulheres do tráfico de escravas sexuais.
  • Downsizing, de Alexander Payne: Definido por Woody Allen como o maior realizador de humor dos EUA no momento, o diretor de dramédias ácidas como Nebraska (2013) e Os Descendentes (2011) faz uma reflexão das crises econômicas e morais dos EUA a partir de uma inusitada situação encarada por Matt Damon: ele vive um sujeito que encolhe de tamanho.
  • Day 6, de Darren Aronofsky: Ainda não há certezas de que este será o título deste drama capitaneado pelo premiado realizador de Cisne Negro (2010): há quem use o nome Mother para este projeto, sobre um jovem casal (Jennifer Lawrence Domhnall Gleeson) abalado pela chegada de estranhos que vão desafiar a harmonia em suas rotinas. Javier BardemEd Harris Michelle Pfeiffer completam o elenco.
  • Okja, de Bong Joon-ho: Revelado mundialmente com o filme monstro O Hospedeiro, em 2006, o diretor coreano, que há tempos conquistou as graças do cinema europeu e do americano, filma, em língua inglesa, a saga de uma jovem em luta contra uma corporação que deseja surripiar seu animal de estimação: um bichinho tamanho GG. Tilda Swinton Jake Gyllenhaal estão no elenco.
  • Uma Gentil Criatura, de Sergei Loznitsa: Com base na prosa homônima de Fiódor Dostoiévski, o diretor de Na Neblina (2012) narra a relação turbulenta entre um carrasco e seu prisioneiro em um embate que revela a existência do Mal.
  • Mektoub is Mektoub, de Abdellatif Kechiche: Quatro anos depois de ter conquistado a Palma de Ouro com O Azul é a Cor Mais Quente, o diretor franco-tunisiano narra um triângulo amoroso entre um aspirante a cineasta, sua namorada e a mulher de um produtor. O roteiro é assinado pelo professor e escritor Fraçois Bégaudeau, cuja vida inspirou o filme Entre os Muros da Escola (2008).     
  • Ultraje: O Capítulo Final, de Takeshi Kitano: Em 2010, Cannes convidou o diretor autoral mais popular do Japão, que participa como ator de Vigilante do Amanhã: Ghost in the Shell, para apresentar o primeiro capítulo de uma sanguinolenta trilogia sobre mafiosos da Yakuza em guerra. A parte dois foi exibida em Veneza, em 2013. Chegou a hora do desfecho desta saga sobre malandros nipônicos capazes de toda sorte de brutalidade por poder.
  • Jeannette, de Bruno Dumont: Um ano depois de arrancar gargalhadas de Cannes com Mistério na Costa Chanel, o mestre do hiperrealismo dá mais uma pausa em sua estética seca e faz um musical sobre a juventude de Joana d'Arc.
  • Loveless, de Andrey Zvyagintsev: Três anos depois de conquistar o prêmio de melhor roteiro na Croisette pelo thriller político Leviatã, pelo qual disputou o Oscar, o cineasta de maior destaque na Rússia hoje narra a história da atomização de uma família abalada pela falta de amor.

Cogita-se também que O Grande Circo Místico, de Carlos DieguesAs Boas Maneiras, de Juliana Rojas Marco DutraMormaço, de Marina Meliande; e Mar Verde, Terra Preta, de Renata Pinheiro e Sérgio Oliveira, possam representar o Brasil no festival. Da linha mais pipoca de Hollywood, Homem-Aranha: De Volta ao Lar e Piratas do Caribe: A Vingança de Salazar podem adotar a Croisette como sede para suas premières. 

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