Definido no Festival de Cannes como sendo um “Spielberg de raiz”, por marcar um regresso do quase septuagenário cineasta ao universo fabular de sucessos como E.T.- O Extraterrestre (1982), O Bom Gigante Amigo (The BFG) caiu nas graças da Croisette em sua exibição hors-concours no 69° Festival de Cannes, no sábado, garantindo adesão apaixonada da critica pelo filme e muita curiosidade acerca das opiniões do realizador sobre a atual situação da industria audiovisual.
Como o pilar do mercado hoje, em termos de blockbusters são os filmes de super-heroi, o realizador de Os Caçadores da Arca Perdida (1981) não escapou de perguntas sobre suas predileções acerca desse filão. E, em meio à promoção de seu novo longa-metragem Cannes, Steven Spielberg abriu seu coração.
"Gosto muito do Superman, de Richard Donner, do Cavaleiro das Trevas, de Christopher Nolan, e do primeiro Homem de Ferro, mas filme de super-heroi que mais me impressionou é um que não se leva muito a sério: Guardiões da Galaxia. Quando a projeção dele acabou, eu sai com a sensação de ter visto algo novo no cinema, sem qualquer cinismo nem medo de ser dark, quando necessário", disse o cineasta em entrevista com críticos de diferentes nacionalidades.
"Existe uma diferença entre heróis e super-herois. O herói é uma pessoa comum que se depara com um fato grave e age para modifica-lo. Um herói é uma pessoa que, andando pela rua, vê um carro pegar fogo e corre para ajudar a pessoa que esta no banco do motorista, presa ao cinto de segurança, a se soltar. Super-heroi é uma pessoa que, diante da mesma cena, voaria até o carro e tentaria vira-lo de cabeça para baixo e sacudi-lo, usando sua superforça, até que o motorista se solte. Eu me identifico mais com o primeiro exemplo. Filmo heróis cotidianos".
O herói de O Bom Gigante Amigo é uma garotinha, Sophie, vivida pela espoleta Ruby Barnhill, que ajuda um criatura tamanho GG a escapar do bullying de seres ainda maiores do que ele. A produção estreia no Brasil no dia 28 de julho.