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Festival de Cannes | Vincent Cassel elogia o Brasil, mas ressalta a violência

Ator está em O Grande Circo Místico

13.05.2018, às 12H18.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H37

Tem sangue francês em O Grande Circo Místico de Cacá Diegues, poética superprodução nacional exibida sábado (12) no Festival de Cannes: a porção mais colorida - e pop - disso vem de Vincent Cassel. Visto como vilão nas franquias Bourne e 11 Homens e um Segredo, ele vive um mágico mulherengo no longa-metragem que estreia no Brasil em setembro.

Wikimedia/Commons

"A coisa mais bacana de filmar no Brasil, e já filmei com muito diretor brasileiro, é ter a sensação de ser o único gringo que vai pra lá para trabalhar. Em geral, as pessoas vão ao Brasil para curtir", diz o galã francês. "Não sei dizer porque eu amo o país de vocês ou porque escolhi morar lá. Amor não se explica. Sim, o Brasil é lindo... sim, seu povo é caloroso, mas tem violência, não é um oásis de segurança. Mas eu gosto".

Em O Grande Circo Místico, Cassel é um dos artistas de um picadeiro cheio de tragédias retratado ao longo de um século. O ator tem mais um filme de peso em Cannes: Le Monde Est à Toi, de Romain Gavras, no qual vive um gângster arrependido. "A França faz hoje cerca de 200 filmes por ano. Há muita diversidade", orgulha-se o ator.

Na competição pela Palma de Ouro, o domingo (13) foi chacoalhado por um experimento do Irã: 3 Faces, de Jafar Panahi, que não pôde estar presente por estar sob prisão domiciliar por exigência do governo de seu país. Lá, ele tem fama de subversivo. Seu novo filme ataca o machismo nas tradições iranianas ao narrar os esforços do diretor e se uma amiga atriz para encontrar resquícios de uma menina que foi proibida de estudar Artes Cênicas por seu pai e pelo povo sexista de sua aldeia. A narrativa é áspera, mas tem uma precisão impecável.

Neste domingo (13), na Quinzena, Cannes viajou pela pobreza do universo rural americano em decadência de carona do drama Leave No Trace. Realizadora do seminal Inverno da Alma (2010), que revelou a atriz Jennifer Lawrence, Debra Granik dirige esta trama triste sobre isolamento, centrada na luta de dois eremitas, a adolescente Tom (Thomasin Harcourt Mckenzie) e seu pai (Ben Foster), para se adaptar a uma nova realidade, mais urbana, depois de anos vivendo num bosque.

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