Tão logo foi anunciada, a programação da edição 2023 do Festival de Veneza virou tema de debate intenso nas redes sociais por incluir três cineastas acusados de abuso sexual: Roman Polanski (The Palace), Woody Allen (Coup de Chance) e Luc Besson (Dogman). Essa reação, no entanto, não afetou o diretor de programação do evento Alberto Barbera, que disse à Variety "não vejo onde está o problema".
"Luc Besson recentemente foi inocentado de todas as acusações. Woody Allen passou pelo escrutínio legal duas vezes no final dos anos 1990 e foi absolvido", justificou, antes de entrar no mérito do diretor de The Palace.
"No caso de Polanski, é paradoxal. Passaram-se 60 anos. Polanski admitiu sua responsabilidade. Ele pediu o perdão da vítima e o recebeu. A vítima pediu para que a questão fosse superada. Acho que continuar batendo no Polanski significa procurar por um bode expiatório para outras situações que merecem mais atenção. Fora isso, há um debate cultural acontecendo sobre o Polanski com posições menos rígidas. Estou do lado daqueles que dizem que você deve distinguir as responsabilidades do indivíduo do artista".
O diretor, que ainda frisou apenas "julgar as qualidades artísticas dos filmes", garantiu que ao menos Allen participará da estreia do seu filme em Veneza, mas não sabe sobre Polanski.
O Festival de Veneza 2023 acontece entre 30 de agosto e 9 de setembro, com o diretor Damien Chazelle (La La Land) servindo como presidente do júri que decidirá o vencedor do Leão de Ouro.
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