O
excelente Intervenção Divina (Divine Intervention),
filme palestino vencedor do Prêmio do Júri no Festival de Cannes
em 2002, é um dos candidados para o Oscar 2004 de melhor filme estrangeiro.
A inscrição surpreendeu alguns especialistas, que acreditavam que a produção, exibida na Mostra de Cinema de SP no ano passado, não seria aceita, já que a nação Palestina ainda não conseguiu constituir um país. Entretanto, o estabelecimento da autoridade Palestina pela ONU deve ter sido considerado suficiente para a aceitação do filme pela Academia. A produção, de Elia Suleiman, mistura realidade e fantasia durante a ocupação israelense.
Num reflexo do conflito no Oriente Médio, Israel também disputa uma vaga de indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro. O filme escolhido para a competição foi Nina’s Tragedies (As Tragédias de Nina), de Savi Gavison.
Ao todo, 55 países - um recorde - disputam as cinco vagas para concorrer ao Oscar da categoria. Claro que todos já esperam as tradicionais acusações de envolvimento político caso o filme israelense seja escolhido e não o palestino. Confira abaixo a lista:
- Afeganistão: Osama de Siddiq Barmak;
- Alemanha: Adeus, Lenin!, de Wolfgang Becker; Argentina: Valentine, de Alejandro Agresti;
- Áustria: Free Radicals, de Barbara Albert;
- Bélgica: Sea of Silence, de Stijn Coninx;
- Bolívia: Dependência Sexual, de Rodrigo Bellott;
- BósniaHerzegóvina: Fuse, de Pjer Zalica;
- Brasil: Carandiru, de Hector Babenco;
- Bulgária: Journey to Jerusalem, de Ivan Nichev;
- Canadá: As Invasões Bárbaras, de Denys Arcand;
- Chile: Los Debutantes, de Andres Waissbluth;
- China: Warriors of Heaven and Earth, de He Ping;
- Colômbia: The First Night, de Luis Alberto Restrepo;
- Coréia: Spring, Summer, Fall, Winter ... and Spring, de Kim Kiduk;
- Croácia: Witnesses, de Vinko Bresan;
- Cuba: Suite Habana, de Fernando Perez;
- Dinamarca: Reconstruction, de Christoffer Boe;
- Egito: Sleepless Nights, de Hany Khalifa;
- Eslováquia: King of Thieves, de Ivan Fíla;
- Eslovênia: Spare Parts, de Damjan Kozole;
- Espanha: Soldados de Salamina, de David Trueba;
- Filipinas: Dekada 70, de Chito S. Rono;
- Finlândia: Elina, de Klaus Haro;
- França: Bon Voyage, de JeanPaul Rappeneau;
- Grécia: Think It Over, de Katerina Evangelakou;
- Holanda: Twin Sisters, de Ben Sombogaart;
- Hong Kong: Infernal Affairs, de Andrew Lau & Alan Maks;
- Hungria: Forest, de Benedek Fliegauf;
- Islândia: Noi the Albino, de Dagur Kari Petursson;
- Indonésia: The Stringless Violin, de Sekar Ayu Asmara;
- Irã: Deep Breath, de Parviz Shahbazi;
- Israel: Ninas Tragedies, de Savi Gavison;
- Itália: Im Not Scared, de Gabriele Salvatores;
- Japão: The Twilight Samurai, de Yoji Yamada;
- Líbano: The Kite, de Randa Chahal Sabbag;
- Luxemburgo: I Always Wanted to Be a Saint, de Genevieve Mersch;
- México: Aro Tolbukhin (In the Mind of a Killer), de Agustín Villaronga, Lydia Zimmermann e Isaac P. Racines;
- Mongólia: The Story of the Weeping Camel, de Byambasuren Davaa e Luigi Falorni;
- Nepal: Muna Madan, de Gyanendra Bahadur Deuja;
- Noruega: Kitchen Stories, de Bent Hamer;
- Palestina: Intervenção Divina, de Elia Suleiman;
- Peru: Paper Dove, de Fabrizio Aguilar;
- Polônia: Pornografia, de Jan Jakub Kolski;
- Portugal: Um Filme Falado, de Manoel De Oliveira;
- República Checa: Zelary, de Ondrej Trojan;
- Rússia: The Return, de Andrei Zvyagintsev;
- Sérvia e Montenegro: The Professional, de Dusan Kovacevic;
- Sri Lanka: Mansion by the Lake, de Lester James Peries;
- Suécia: Evil, de Mikael Hafstrom;
- Taiwan: Adeus, Dragon Inn, de Tsai MingLiang;
- Tailândia: Last Life in the Universe, de Penek Ratanaruang;
- Turquia: Distant, de Nuri Bilge Ceylan;
- Ucrânia: Mamay, de Oles Sanin;
- Uruguai: Seawards Journey, de Guillermo Casanova;
- Venezuela: Sangrador, de Leonardo Henriquez.
Em outra polêmica que persegue a campanha do Oscar 2004, os estúdios de Hollywood devem anunciar nos próximos dias algum tipo de acordo quanto à distribuição de cópias em DVD e vídeo dos filmes que buscam uma indicação.
A distribuição foi proibida pela MPAA (Motion Picture Association of America), como medida contra a pirataria de filmes, e foi considerada prejudicial aos filmes de baixo orçamento, independentes, ou estrangeiros, que não contam com grandes verbas de marketing para conseguir votos. Segundo a revista Variety, o acordo deve permitir que os estúdios enviem DVDs apenas ao membros da Academia.
A solução intermediária certamente não vai agradar às associações de críticos, diretores e atores, que recebiam os DVDs todo ano e agora foram deixados de lado pela MPAA. Anúncios de cancelamentos de prêmios regionais são esperados.
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