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A Família do Futuro

Novo da Disney aposta no 3D para cativar as famílias

05.04.2007, às 14H40.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 13H23
Desde que o MP3 praticamente enlutou as gravadoras, os estúdios de Hollywood estão espertos, fazendo de tudo para ao menos tentar manter nas pessoas a vontade de ir ao cinema, já que deter a troca de arquivos digitais, todos sabemos, é impossível. Uma das saídas encontradas é o cinema 3D, que há muito tempo não tem mais nada a ver com aqueles "oclinhos" com um celofone vermelho e outro azul. Hoje em dia, com projetores digitais, enormes telas e óculos "quase normais", é possível ver crianças e adultos se divertindo igualmente com a projeção tridimensional.

Uma das pessoas que mais aposta nisso é James Cameron, que vem gastando parte da fortuna que conseguiu com Titanic (1997) desenvolvendo técnicas e equipamentos para filmar em três dimensões. Levando em consideração o faturamento de A Família do Futuro (Meet the Robinsons, 2007), seu título de "Rei do Mundo" será renovado em breve. No seu fim de semana de estréia nos Estados Unidos, a nova animação da Disney faturou 7,5 milhões de dólares em 581 salas com projeção 3D, um faturamento médio de 12.900 dólares por cinema - mais que o dobro da média dos cinemas "normais".

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Mas imaginando que o motivo que faz as pessoas saírem de casa e se dirigirem aos cinemas ainda é a história, A Família do Futuro foca suas atenções em Lewis, um geniozinho órfão. Enquanto ainda era um bebê ele foi deixado na porta de um orfanato. Por isso, a sua nova invenção é um digitalizador de memória, que vai buscar no fundo da sua mente a imagem que ele tem da mãe e assim ajudá-lo a encontrá-la. Porém, no dia em que ele vai apresentar o revolucionário aparelho na Feira de Ciências da sua escola, aparece o estranho Cara do Chapéu-Coco, que vai fazer de tudo para levar a geringonça embora. Para detê-lo, vem do futuro o jovem Wilbur Robinson. Juntos, Wilbur e Lewis terão que correr atrás do Cara do Chapéu-Coco e tentar detê-lo, antes que todo o futuro como o pequeno Robinson o conhece. desapareça

A trama, como você já deve ter imaginado, tem muito de De Volta para o Futuro. E não pára por aí. É fácil conseguir fazer paralelos com tantos outros projetos, alguns deles da própria Disney. Este autoplágio é criticável, mas não chega a estragar as aventuras dos dois meninos em viagens no tempo, lutas contra T-Rex e futuros sombrios, que na verdade estão ali para mostrar que nós somos aquilo que somos, e que devemos aprender com nossos erros e continuar sempre seguindo em frente.

O caso foi levado tão a sério na Disney que fica quase impossível não fazer comparações com a própria empresa. Ela pode ter anexado a Pixar e até colocado um de seus principais criadores, John Lasseter, como o homem-forte da área de animação, mas pelo jeito não deve deixar de lado o seu espírito "educativo" e formador de caráter, que há mais de 70 anos mostra às crianças as diferenças entre o certo e o errado. Mesmo que para isso acabe andando em círculos e requentando pedaços da mesma história. Para os pequenos, sabe-se, isso não é problema. E qualquer pai ou tio que já tenha visto o mesmo filme por mais do que 15 vezes (em um mês) sabe disso.

Lasseter, vale dizer, tem grande parcela de "culpa" no que há de bom no filme. Em março do ano passado, o diretor Stephen J. Anderson apresentou ao Chefe de Criação do Departamento de Animação da Walt Disney Company uma versão ainda inacabada do desenho - prática comum no meio. Perfeccionista e insatisfeito com o que tinha acabado de ver, Lasseter preparou uma lista com o que tinha achado e o que mudaria. O resultado é uma virada quase que completa do último terço da história, o seu clímax.

Mas não vá ao cinema pensando que A Família do Futuro é Pixar. A animação é mais Disney do que nunca! Seu foco principal são as crianças, no máximo tentando agradar aos adultos em alguns momentos. Pode não ser o melhor filme do ano, mas pelo menos ficamos com a certeza de que eles vão continuar seguindo em frente, sem medo de errar. E apesar de serem poucas as salas 3D no Brasil, vale reforçar o convite a conferir a animação usando os óculos escuros que ajudam a criar a ilusão da profundidade. De preferência com uma criança à tira-colo. Poucas coisas na vida são mais gostosas do que ver os pequenos empolgados. E se isso ainda funciona como uma forma de ensiná-los que lugar de cinema é no cinema, melhor ainda!

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