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Cannes | As apostas da 70ª edição do festival

De adaptações de HQs a thrillers com cara de Oscar, o menu do evento guarda pérolas

17.05.2017, às 18H08.
Atualizada em 17.05.2017, ÀS 21H03

Aberto nesta quarta com um melodrama de forte porencial comercial em solo europeu - o francês Os Fantasmas de Ismael - o 70º Festival de Cannes guarda, entre os quase 400 títulos de sua programação pérolas a serem garimpadas ao longo do ano. Confira aqui o que chega com aura de "promessa":

Tehran Taboo, de Ali Soozandeh: Este raro exemplar de animação iraniana de longa metragem foi viabilizada com recursos germânicos. A trama acompanha a luta de três mulheres em busca de emancipação em uma cidade marcada pela violência e pela intolerância religiosa;  

Wind River, de Taylor Sheridan: O roteirista de A Qualquer Custo, um dos concorrentes ao Oscar deste ano, ataca na direção, explorando a realidade dos índios dos EUA no mundo de hoje. Elisabeth Olsen é uma recruta do FBI incumbida de investigar a morte de uma jovem numa reserva do Wyoming. Lá ela se une com um misterioso rastreador (Jeremy Renner) para desbravar aquele mundo;  

La Cordillera, de Santiago Mitre: Ricardo Darín vira presidente da Argentina neste thriller de tons políticos do diretor de Paulina sobre um conclave de líderes latinos. Leonardo Franco vive a autoridade máxima do Brasil. Chilenos como Alfredo Castro e Paulina García integram o estelar elenco hispânico;

Blade of the Immortal, de Takashi MiikeQuentin Tarantino versão sushi, o prolífico diretor do controverso Escudo de Palha (2013) esbanja sangue ao transpor para as telas o mangá homônimo de Hiroaki Samurabest-seller na Ásia e no Brasil. Takuya Kimura vive Manji, um ás da esgrima amaldiçoado com a eternidade;

D'Apres Une Histoire Vrai, de Roman Polanski : Diretor de cults como O Bebê de Rosemary, o octagenário mestre franco-polonês investe no suspense uma vez mais, apoiado em um roteiro escrito pelo diretor Olivier Assayas (Depois de Maio), com base no romance homônimo de Delphine de Vigan. Na trama, Eva Green é uma fã fiel da escritora interpretada por Emmanuelle Seigner, (mulher do diretor) que inferniza a vida da autora, a fim de interferir nos rumos de seu próximo romance.

The Mercilles, de Byun Sung-Hyun: Cannes é fã de carteirinha do noir coreano. Sempre tem vaga para um thriller sobre o submundo da Coreia. Este promete suspense em doses fartas, num clima à la The Sopranos, ao narrar o périplo de um jovem para se tornar o mais valioso integrante de uma organização mafiosa. Para isso, ele precisa se aproximar de um detento que é o mais respeitado de sua cadeia.

12 Dias, de Raymond Depardon: Um mito do cinema documental, o diretor de Faits Divers (1973) registra o exasperante universo de internos de uma clinica psiquiátrica a partir de um grupo de pessoas que foram hospitalizadas sem o próprio consentimento. A cada depoimento, perante um juiz, o conceito de liberdade vem à baila.

In the Fade, de Fatih Akin: Uma das maiores promessas do cinema autoral da Alemanha dos anos 2000, ganhador do Urso de Ouro de 2004 por Contra a Parede, o ator e diretor de origem turca premiado em Cannes por Do Outro Lado (2007) viu sua carreira degringolar em meio a escolhas infelizes. Mas as primeiras imagens deste thriller sobre vingança apontam uma volta por cima, marcando o que pode ser a mais arrebatadora atuação de Diane Kruger em anos. Ela é uma viúva que perdeu marido e filho em um atentado a bomba. Mas é hora de ela dar o troco em que tirou seus bens mais preciosos;

The Florida Project, de Sean Baker: Dois anos depois de surpreender o cinema falando de identidade sexual numa trama toda filmada em celular com o premiado Tangerine, o diretor nova-iorquino retrata o universo de um grupo de crianças de malandragem precoce;

La Defensa Del Dragon, de Natalia Santa: Três amigos, o jogador de xadrez Samuel, o relojoeiro Joaquim e o homeopata Marcos, curtem seu tempo ocioso entre um cassino e uma cafeteria, ambos localizados no centro de Bogotá. Mas o mundo já não parece ter lugar para eles, pelo menos não na Colômbia, abordada na telona a partir de uma melancolia moral nesta produção colombiana que vai estar na Quinzena dos Realizadores;

Patti Cakes$, de Geremy Jasper: Ovacionada em Sundance, este drama feito numa parceria EUA-Brasil, com um dedo e muitas ideias do produtor Rodrigo Teixeira (A Bruxa), acompanha a trajetória da jovem Patti (Danielle Macdonald) para se firmar no mundo do hip hop. Quem já viu aposta na menina como potencial concorrente ao Oscar de melhor atriz.  

Gabriel e a Montanha, de Fellipe Gamarano Barbosa: O único longa brasileiro em todo evento, incluído no menu competitivo da Semana da Crítica, pode surprender pela força visual da fotografia de Pedro Sotero, o mesmo de Aquarius, ao visitar diferentes países. Diretor do cult Casa Grande, Gamarano revive a história real do economista brasileiro Gabriel Buchmann, morto ao escalar o monte Mulanje.

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