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"Estar em Cannes é um presente", diz Carlos Diegues

Aos 77 anos, o diretor alagoano fala sobre seu regresso ao festival francês com O Grande Circo Místico

12.04.2018, às 11H03.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H37

Entre os 1.900 filmes de 50 países inscritos em busca de uma vaga para o 71º Festival de Cannes, só sobrou espaço para uma produção do Brasil: O Grande Circo Místico. Em anúncio oficial na manhã desta quinta-feira (12), a direção artística do evento afirmou que a inclusão deste longa-metragem, em uma sessão especial fora de concurso, é uma homenagem a um dos mais importantes diretores da América Latina: Carlos Diegues. Ele já teve três filmes na briga pela Palma de Ouro (Bye Bye Brasil; Quilombo; Um Trem Para as Estrelas) e já foi jurado três vezes, tendo comemorado seu aniversário de 70 anos lá, em 2010, ao largo da exibição de 5xFavela, Agora Por Nós Mesmos, do qual foi produtor. A volta agora é motivo de festa.

Divulgação

"Estou muito feliz não apenas por voltar a Cannes, mas pelo reconhecimento do filme. O meu circo levou anos para ficar pronto. A notícia da seleção me chegou só ontem à tarde mas trouxe muita felicidade", disse o diretor alagoano.

Com Vincent Cassel no elenco, na pele de um mágico sedutor, O Grande Circo Místico é uma coprodução França, Portugal e Brasil sobre cem anos de uma trupe cujo picadeiro abriga mil tragédias e rituais mágicos. Mariana Ximenes é uma trapezista com fervor religioso no elenco que traz o cearense Jesuíta Barbosa como o único ator a cruzar o longa de cabo a rabo. Ele é Celavi, o mestre de cerimônias da lona e nunca envelhece, no passar de um século. O tom mágico é fruto da poesia de Jorge de Lima (1895-1953), escritor a quem o cineasta atribui o lado passional e fantastico de sua formação. O roteiro foi escrito por George Moura, autor da nova supersérie da TV Globo, Onde Nascem os Fortes, que estreia dia 23.

"A entrada do Circo em Cannes é também uma homenagem a Jorge de Lima, o poeta da minha vida, desde a minha adolescência. Ele talvez seja o maior poeta de nossa língua depois de Camões", diz Diegues. "Fiz este filme como um tributo pessoal a Jorge".

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