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Festival de Cannes | Filme sangrento de Nicolas Cage é ovacionado no evento

Panos Cosmatos é o diretor

12.05.2018, às 19H02.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H37

Desacreditado aos olhos de Hollywood dada a quantidade de produções classe B que aceita fazer, Nicolas Cage viveu momentos de glória no Festival de Cannes neste sábado (12), ainda que pelo filme mais B do evento.

Divulgação

Importado de Sundance, o thriller de horror Mandy é um daqueles longas que nascem cult de tão trash. Dirigido por Panos Cosmatos (cujo pai, George, é o diretor de Stallone Cobra), esta trama de vingança nas raias do sobrenatural une todos os verbos da cartilha do terror gore: tem garganta perfurada, cabeças esmigalhadas, corpos queimados. Enfim, uma festa para quem gosta de espetáculos visuais gastroenterológicos, com um diferencial: traz o ator num despreendimento tão grande, sem levar nada a sério, que faz a podreira na tela passar do lixo ao luxo. Resultado: salvas de palmas sucessivas durante a projeção, na Quinzena dos Realizadores da Croisette. "Sou daqueles guris que cresceram jogando D&D, lendo gibis e ouvindo heavy metal... muito heavy metal, aliás. Tá tudo isso na tela", disse Cosmatos ao apresentar Mandy.

Na trama, uma seita religiosa meio hippie, meia demoníaca, põe fogo na namorada de Cage. Com uma besta, uma alabarda e uma serra elétrica, ele vai clamar pro vingança. "Idealizei o projeto com a morte do meu pai e ele traz essa marca da sublimação do luto, mas de um jeito divertido", disse Cosmatos, que injeta litros de adrenalina na narrativa e ainda capricha no requinte dos enquadramentos, numa fotogragia sofisticada.

Na melhor lógica "do terror vieste, ao terror voltarás", o público de Cannes saiu de Mandy para os braços de Hannibal Lecter. É que o festival agendou a exibição nova cópia de O Silêncio dos Inocentes nas areias da Croisette, na mostra Cinema de la Plage.

Na competição oficial, o dia foi dominado pelo drama Les Filles du Soleil, cuja diretora é a atriz Eva Husson. Sua exibição coincidiu com um protesto de mulheres no tapete vermelho em prol de igualdade salarial e do fim do assédio - saiba mais. O longa pode dar às atrizes Golshifteh Farahani (de Paterson) e Emmanuelle Bercot (de Meu Rei) um prêmio duplo de melhor interpretação. Na trama, uma repórter europeia documenta a luta de um esquadrão de guerreiras do Curdistão, tendo a atormentada Bahar (papel de Golshifteh, executado com brilho) como líder.

Este sábado cannoise ainda rendeu elogios para o Brasil: a fotografia feita por Gustavo Hadba em O Grande Circo Místico está bem falada em todas as línguas. O longa acompanha dez anos na vida de uma trupe circense. Até o atual Ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão, estava na sessão. O festival termina no dia 19, com a entrega da Palma de Ouro e a exibição do fabular The Man Who Killed Don Quixote, de Terry Gilliam.

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