A Illumination Entertainment revolucionou o mercado da animação comercial com uma proposta simples: orçamentos comedidos para contar histórias divertidas e coloridas. O estúdio foi fundado em 2007 por Chris Meledandri, ex-presidente do braço animado 20th Century Fox e produtor de filmes como A Era do Gelo (2002) e Robôs (2005). A empresa é independente e mantém o controle criativo total sobre seus projetos, com a Universal entrando apenas para distribuir as animações.
Uma das manobras de Meledandri para baixar o custo de produção foi contratar (e depois adquirir) o estúdio francês Mac Guff. A saída de Hollywood deu a Meu Malvado Favorito (2010), primeiro longa da Illumination, um toque multicultural: o americano Chris Renaud e o francês Pierre Coffin assinam a direção do filme baseado em uma história do espanhol Sergio Pablos. O resultado foi um sucesso mundial: US$ 543 milhões arrecadados para um orçamento de apenas US$ 69 milhões. Enrolados, a animação original da Disney lançada no mesmo ano, arrecadou US$ 591 milhões mundialmente para um orçamento de US$ 260 milhões. Ou seja, a receita da Illumination, era garantia de um lucro muito maior.
Meu Malvado Favorito e seus Minions, os ajudantes amarelos dublados pelos diretores Renaud e Coffin, se tornaram o carro-chefe do estúdio em uma franquia que sozinha já soma US$ 3,1 bilhões mundialmente com quatro filmes. Só o derivado dos Minions fez US$ 1,1 bilhão, comprovando o poder dos personagens transformados em mascotes oficiais da Illumination. Esse total da franquia deve crescer em breve, já que Meu Malvado Favorito 3 acaba de chegar nos cinemas (e já soma mundialmente US$ 447 milhões em duas semanas para um orçamento de US$ 80 milhões).
Ao mesmo tempo, o estúdio sempre explorou outros produtos para existir além da sua primeira criação. Já foram lançados Hop: Rebelde sem Páscoa (2011), que arrecadou US$ 184 milhões para um orçamento de US$ 63 milhões, O Lorax: Em Busca da Trúfula Perdida (2012), que somou US$ 348 milhões para um orçamento de US$ 70 milhões, Pets: A Vida Secreta dos Bichos (2016), que fez US$ 875 milhões com um orçamento de US$ 75 milhões, e Sing: Quem Canta Seus Males Espanta (2016), US$ 632 milhões para um orçamento de US$ 75 milhões.
A simplicidade é a regra em todos os longas da Illumination. A prioridade é a diversão do seu público-alvo: as crianças. Enquanto Pixar e Disney fazem em Hollywood animações que surpreendem pela complexidade do seu subtexto, como Toy Story, Up, Frozen e Zootopia, o objetivo da Illumination é justamente o oposto. Seus personagens, a começar pelos seus mascotes, são fofos e grudentos como uma boa música pop. A tramas são básicas. O foco é o humor físico adoçado pelo sentimentalismo - o amor pela família, pelos animais, e o velho e infalível acredite em si mesmo. O visual também é modesto. A animação em 3D não busca revolucionar a técnica a cada novo lançamento, mas segue um padrão de qualidade que valoriza cor e movimento. Cenários e personagens têm poucos ornamentos, facilitando a sua aplicação nos mais variados produtos licenciados.
Para o futuro, o estúdio prepara uma nova animação de O Grinch e a continuação de Minions, além investir em outras franquias com as sequências de Pets e Sing. Passados apenas sete anos do lançamento do seu primeiro filme, a Illumination Entertainment é uma das fontes mais lucrativas da animação. Se não transforma a sétima arte com seus lançamentos, diverte honestamente pais e filhos e multiplica dinheiro como poucos.
Meu Malvado Favorito 3 já está em cartaz no Brasil - leia a nossa crítica.
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