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Hardcore | Crítica

Russo sensação na Internet faz filme-homenagem aos games de tiro para a geração do gameplay

15.09.2015, às 00H48.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H37

O trabalho do russo Ilya Naishuller viralizou alguns anos atrás com o clipe "Bad Motherfucker" da banda Biting Elbows. Nele, um sujeito é perseguido implacavelmente por forças de segurança em um vídeo criado totalmente com perspectiva em primeira pessoa.

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Dois anos e meio depois, Naishuller conseguiu o improvável: transformar aquela ideia de estilo em um longa de 90 minutos. Em Hardcore, a câmera não sai da altura dos olhos do protagonista um segundo sequer... A não ser quando cai seu olho, claro.

O soldado, afinal, é um ciborgue silencioso (o herói sem voz, um clássico dos games) em uma jornada para encontrar sua bela namorada cientista, sequestrada por um grupo paramilitar fortemente armado e cujo líder exótico - com visual na melhor tradição dos animes - tem poderes telecinéticos.

A trama é mera desculpa para que Henry, o ciborgue, cruze Moscou atirando, lutando, matando, caindo e escalando em uma sequência de ação quase ininterrupta. Não há respiro no mundo do diretor russo, que age aqui mais como um designer de níveis de videogames do que cineasta.

Afinal, a câmera tremida e em movimento 100% do tempo evoca games como Doom, Half-Life, Call of Duty, Mirror's Edge, Max Payne e, durante uma sequência inteira, o clássico de Segunda Guerra Medal of Honor. Basicamente, o que Scott Pilgrim contra o Mundo fez pelos games de 16 bits, Hardcore faz pelos first person shooters.

Ultraviolento, o game/filme conta ainda com o divertido Sharlto Copley (Distrito 9) como um misterioso sujeito que auxilia Henry em sua jornada. Ele age como um companion, o guia dos personagens que videogame que ensinam ao jogador as regras do seu universo.

E as referências não param por aí. Power Ups, kits de energia, adrenalina, pegar armas do chão... o longa é como um gameplay de YouTube, um jogo em que você não tem o controle mas acompanha assistindo online para ver o que os desenvolvedores do jogo aprontaram.

Seria o filme de game definitivo não fosse um problema... A câmera com borrão de movimento e quase ininteligível o tempo todo é a antítese do FPS (algo que "Bad Motherfucker" não é). Todo jogador sabe que quando a coisa aperta em jogo ruim cai a taxa de frames - e Hardcore está longe dos 60fps que são a regra hoje em dia. Em sua sede por reinvenção e homenagem, Naishuller esqueceu de fazer uma coisa chamada cinema.

Mas é um gameplay sensacional...

Hardcore | Trailer

Nota do Crítico
Bom

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