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Crítica

A Guerra de Hart | Crítica

Um típico filme de tribunal

19.04.2002, às 00H00.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 13H12

O cineasta francês Jean Renoir (1894-1979) cravou seu nome na antologia da Sétima Arte, principalmente, por duas produções de alto alcance social. Uma delas, As Regras do Jogo (La Règle Du Jeu, 1939), trata das relações de classe entre a aristocracia francesa e seus empregados. A outra, A Grande Ilusão (La Grande Illusion, 1937), enxerga a I Guerra Mundial como um cenário de diferenças tanto entre nações quanto dentro de uma mesma pátria. Do primeiro, Robert Altman colheu alguns elementos para criar Assassinato em Gosford Park (Gosford Park, 2001). Na questão principal do filme de guerra, o escritor John Katzenbach inspirou-se para compor o romance Hart's War, de 1999.

Três anos depois, conclui-se A Guerra de Hart, filme baseado na obra de Katzenbach, direção de Gregory Hoblit. Thomas Hart (o promissor Colin Farrell, o Mercenário do novo filme do Demolidor), um estudante de Direito, tenente dos Estados Unidos na II Guerra Mundial, cai nas mãos dos inimigos nazistas. Num campo de concentração, no meio de centenas de prisioneiros, Hart encontra dificuldades variadas. Por um lado, a desconfiança e a inimizade do severo coronel William McNamara (Bruce Willis). Por outro, as tensões existentes entre seus próprios companheiros de bandeira. Os conflitos se agravam quando os alemães capturam dois pilotos, ambos negros – e as diferenças raciais exacerbam-se. Embora da mesma pátria, alguns brancos não aceitam compartilhar seu espaço com os negros.

A Guerra de Hart

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Mentalidade ariana

No calor das discussões, morre um soldado. Acusado: Lincoln Scott (Terrence Dashon Howard), um dos negros. Às pressas, para não ferir os direitos humanos, os prisioneiros organizam um julgamento, com júri formado pela tropa alemã. E Hart se incumbe da defesa de Scott. Fica claro, no entanto, aos acusadores, às testemunhas e ao acuado, que o tribunal serve como uma encenação. O filme não deixa brechas: a intenção é mostrar que os norte-americanos podem ser tão racistas quanto os seguidores da mentalidade ariana. Enquanto um dos generais da SS aprecia, escondido, o Jazz negro dos Estados Unidos, o coronel McNamara claramente impede Hart de interferir na decisão pré-estabelecida do julgamento. "Se eu quisesse somente lutar contra os brancos, ficava em casa", reclama Scott. "Esse julgamento merece mais seriedade, vocês não estão no Alabama", avisa um nazista.

Se Renoir, um ex-combatente que presenciou o terror do conflito da I Guerra, optou por exibir toda a crueza das diferenças humanas, mas de maneira complexa e plural, A Guerra de Hart apóia-se em determinismos, reduz a história a discursos extremamente humanistas e patrióticos. Funciona aliás, como um típico "filme de tribunal", em que a Justiça e as lições sempre prevalecem. Apesar de tudo isso, a comparação não desmerece a produção. Renoir era um mestre. A obra de Hoblit vale ser vista pela premissa interessante e pela abordagem de um tema difícil e espinhoso.

Nota do Crítico
Bom

A Guerra de Hart

Hart´s War

Ano: 2002

Gênero: Drama

País: EUA

Classificação: 12 anos

Duração: 125 min

Direção: Gregory Hoblit

Roteiro: Terry George, Billy Ray, John Katzenbach

Elenco: Bruce Willis , Colin Farrell , Terrence Howard , Marcel Iures , Cole Hauser , Linus Roache , Vicellous Reon Shannon , Rory Cochrane , Joe Spano , Michael Weston , Adrian Grenier , Jonathan Brandis , Maury Sterling , Sam Jaeger , Scott Michael Campbell , Rick Ravanello , Sebastian Tillinger , Brad Hunt , Rúaidhrí Conroy , Sam Worthington

Onde assistir:
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