Angustiante, A Queda é um passatempo eficiente

Créditos da imagem: Paris Filmes/Divulgação

Filmes

Crítica

Angustiante, A Queda é um passatempo eficiente

Com ótimas atuações, thriller de sobrevivência entrega o que promete

Omelete
3 min de leitura
29.09.2022, às 16H01.

Não é preciso muito para fazer um bom thriller de sobrevivência: uma premissa interessante e um elenco competente já ajudam a suprir o que é, por definição, um filme contido. A Queda, mais novo exemplo do gênero, tem tudo o que precisa. Aqui, Becky e Hunter buscam retomar uma amizade abalada escalando uma torre abandonada de 600 metros de altura. E sustentado pela performance ótima das jovens Grace Caroline Currey e Virginia Gardner, o novo filme de Scott Mann funciona em tudo que se propõe - mesmo que tropece em suas reviravoltas ao longo do caminho. 

Claro que a decisão de uma escalada não é gratuita: Becky e Hunter já fizeram isso antes, inclusive lá na cena de introdução de A Queda, 51 semanas antes dos acontecimentos principais do filme. Acontece que esta primeira aventura resultou na morte de Dan, marido de Becky, e deixou a jovem traumatizada, se recusando a seguir em frente. Até que sua antiga amiga bate em sua porta sugerindo um novo desafio. 

São duas iniciativas absolutamente opostas: enquanto Becky carrega um luto e é arrastada para a torre, Hunter - que agora atende pelo nome Danger D, sabe-se lá por quê - é uma influencer conhecida por suas aventuras, em busca de sua próxima publicação. O choque de personalidades é um dos primeiros recursos carismáticos do filme, mas a relação entre as duas também indica um segredo mantido - e não há thriller de sobrevivência sem uma relação que precise ser remendada na base da superação física. 

E então, Becky encara seus medos, supera seu trauma de escalada e, junto com Danger D, chega ao topo da torre. É um momento de felicidade que dura pouco, no entanto - a escada de ferro que sustentou a subida das duas se despedaça 600 metros abaixo do topo. É aí que A Queda começa de verdade. Uma vez que as protagonistas estão presas, Mann não dá respiro. 

Isso porque A Queda faz muito bem em focar absolutamente toda sua duração nas duas escaladoras na torre. Não há interrupção, tramas paralelas nem flashbacks, o que faz do suspense permanentemente angustiante. Aliado a uma fotografia esperta - A Queda foi filmado em uma torre de verdade, construída no topo de uma montanha para traduzir a sensação de altura - Mann consegue capturar a atenção de modo admirável, oscilando entre diferentes ameaças, seja a escassez de água, a impossibilidade de comunicação, ou os urubus que rondam as amigas, esperando uma fatalidade.

Existe um deslize na reta final de A Queda - que, claro, não será revelado por motivos de spoiler - que torna a aventura de Becky mais traiçoeira do que deveria, principalmente porque existe um desejo (sempre válido) de desembocar o thriller em uma história de superação. Mesmo assim, o filme funciona porque entrega o que o público poderia esperar de duas amigas presas no topo de uma torre - é difícil não se contorcer, e não passar as 1 hora e 40 minutos torcendo pela sobrevivência das duas. 

Nota do Crítico
Ótimo
A Queda
Fall
A Queda
Fall

Ano: 2022

Direção: Scott Mann

Elenco: Virginia Gardner, Grace Caroline Currey

Onde assistir:
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