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Crítica

Amor Bandido | Crítica

Tye Sheridan se firma como o ator do momento dos filmes de fomação

17.10.2014, às 11H31.

É muito invejável o aproveitamento do ator Tye Sheridan: três filmes no currículo, todos com selo de qualidade de festivais, A Árvore da Vida (2011), este Amor Bandido (2012) e Joe (2013). O adolescente completa 17 anos neste mês, mas em anos de cinema já é quase um veterano, porque Hollywood insiste em dar a ele histórias de formação. É como se a especialidade de Sheridan fosse passar à vida adulta, repetidas vezes.

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E Amor Bandido não perde tempo e já oferece a ele um pacote: é sobre o despertar do sexo e, ao mesmo tempo, sobre o fim das ilusões com o amor.

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Sheridan vive Ellis, filho de 14 anos de um casal que está se divorciando. Ele passa tardes passeando de barco por um afluente do Rio Mississippi, e numa dessas desembarca numa ilha onde encontra o misterioso Mud (Matthew McConaughey), foragido da justiça que tenta se reunir com sua amada, Juniper (Reese Witherspoon). Ellis resolve ajudar o estranho porque, inconscientemente, tenta refazer com Mud e Juniper o amor partido de seus pais.

Como em O Abrigo, o filme anterior do roteirista e diretor Jeff Nichols, Amor Bandido se organiza em simbolismos com as forças da natureza; em O Abrigo era a tempestade que representava literalmente a crise econômica, e aqui temos, do início ao fim do filme, a foz que desagua no imenso Mississippi, símbolo da infinidade de opções que a vida dá a quem se encoraja a navegá-la.

A presença de Sheridan - menino já de rosto forte e bem marcado, apesar da pouca idade - e sua interpretação segura ajudam Amor Bandido a respirar, apesar dos esquemas que costumam sufocar o cinema de simbolismos: o texto ordenadinho, que põe cada elemento em cena para representar um conflito específico, uma emoção especifica (como o barco preso na árvore, símbolo da paixão-cadeia), tende a transformar tudo em discurso, e o suposto naturalismo se converteria em artifício apenas.

Filmes assim não costumam permitir muitas interpretações diferentes. A leitura que se faz de Amor Bandido - cuja fábula sobre homens que restabelecem uma lógica masculina num mundo natural em transformação pode ser confundida com misoginia, assim como em O Abrigo - é que botar raízes no meio da correnteza é um esforço tão antinatural quanto acreditar no amor eterno.

Amor Bandido | Cinemas e horários

Nota do Crítico
Bom
Amor Bandido
Mud
Amor Bandido
Mud

Ano: 2012

País: EUA

Classificação: 14 anos

Duração: 130 min

Direção: Bruno Barreto

Onde assistir:
Oferecido por

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