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Crítica

Anjos da Noite 4 - O Despertar | Crítica

Nem volta de Selene salva o quarto filme

22.10.2014, às 01H45.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H24

Uma das regras de quem faz cinema é que uma página de roteiro equivale - a grosso modo - a um minuto de filme. Assim, um longa-metragem de duas horas teve um roteiro de 120 páginas e assim por diante. Anjos da Noite 4 - O Despertar (Underworld Awakening) deve ser a exceção que confirma esta regra. Apesar dos seus 88 minutos, este roteiro não deve chegar a 40 páginas, porque simplesmente não há história. A trama poderia ser um episódio de 30 minutos de um desenho animado que você assiste na TV em um domingo à noite em que a única outra opção seria o Fantástico, mas certamente não vale a entrada no cinema. Ainda mais em 3D, que chega a custar seus 30 reais em alguns lugares.

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Tudo o que importa para os diretores suecos Mans Marlind e Bjorn Stein parece que são as cenas de ação e a exploração do fetiche em torno das roupas de vinil justíssimas que adornam o corpo de Kate Beckinsale - tão linda quanto no primeiro filme, lá em 2003. E é só. A trama se resume a mostrar Selene (Beckinsale) e seu amado (não interpretado por Scott Speedman) caindo em uma cilada e acordando em um futuro em que os Lycans conseguiram usá-los para criar uma forma de vacina que os torna ainda mais fortes e imunes às balas de prata. Alguns poucos vampiros que conseguiram sobreviver se escondem e cabe a Selene - liberada por uma criatura com quem compartilha uma estranha sensibilidade quase telepática - liderá-los de volta para a superfície enquanto há tempo de deter os lobisomens.

Fica difícil acreditar que foram precisos quatro escritores - J. Michael Straczynski, Allison Burnett, John Hlavin e Len Wiseman - para fazer este roteiro. O que os outros três faziam enquanto o quarto colocava seu gato para andar em cima do teclado? Provavelmente estavam apenas olhando o seu extrato no banco online, vendo entrar o dinheiro fácil que a franquia faz sem jamais ter conseguido convencer a crítica de que havia ali algo realmente digno de elogio (além das poses da protagonista).

Certo está Speedman, que sabiamente não aceitou voltar para a franquia. Nas duas cenas em que o personagem que ele interpretou nos dois primeiros filmes aparece, é colocado um dublê vestindo uma peruca que nem no escuro consegue enganar o mais crédulo dos fãs. Entre os novos personagens que entram para a franquia destacam-se o vampiro David (Theo James), que já não aguenta mais ficar escondido; e a jovem Eve (India Eisley), um clichê ambulante, a partir do seu próprio nome, Eva - o início de uma nova raça; e o honesto detetive Sebastian (Michael Ealy), que entra no meio da disputa por interesses pessoais.

As cenas de ação são sangrentas como se espera de uma guerra entre seres fantasiosos fortes e sedentos por sangue, e o 3D explora isso, jogando sangue e tudo mais o que puder na direção da plateia, que tem que assistir à falta do que dizer sentada, tentando apenas desviar quando possível de toda a ação descerebrada que acontece na tela.

Podem tentar defender o filme como puro escapismo, mas se fosse uma prova de redação eu chamaria mesmo é de fuga do tema e daria um zero.

Nota do Crítico
Ruim
Anjos da Noite - O Despertar
Underworld: Awakening
Anjos da Noite - O Despertar
Underworld: Awakening

Ano: 2011

País: EUA

Classificação: 16 anos

Duração: 88 min

Direção: Måns Mårlind, Björn Stein

Elenco: Kate Beckinsale, Stephen Rea, Michael Ealy, Theo James, India Eisley, Charles Dance, Sandrine Holt, Richard Cetrone, Sanny Van Heteren, Jacob Blair, Robert Lawrenson, Kurt Max Runte, Marvin Duerkholz, Ron Wear, Dan Payne, Mark Gibbon, Benita Ha, Tyler McClendon, Panou, Kristen Holden-Reid

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