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Crítica

Assalto ao Banco Central | Crítica

Filme chama mais atenção pela curiosidade do que por méritos cinematográficos

21.07.2011, às 19H00.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 14H24

O trailer de Assalto ao Banco Central (2011) prometia algo tão grandioso quanto o roubo que aconteceu em Fortaleza, em 2005, e alijou os cofres nacionais em 164,7 milhões de reais. Era um vídeo cheio de firulas, que dividia a tela entre os vários personagens que participaram do assalto ou estavam envolvidos na sua investigação. Estão lá também as piadinhas, as falas de efeito e uma trilha sonora que só aumenta a tensão.

Assalto ao Banco Central

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O longa-metragem, porém, troca o efeito de ficar sobrepondo cenas e dividindo enquadramentos pela não linearidade de sua narrativa. A história começa com o Barão (Milhem Cortaz) com o plano já em mente e começando a reunir o grupo que vai operacionalizá-lo. Ao seu lado está a sedutora Carla (Hermila Guedes). No primeiro salto de tempo e espaço já somos apresentados ao delegado Chico Amorim (Lima Duarte) e a investigadora Telma Monteiro (Giulia Gam), que estão dentro do cofre, fazendo o caminho inverso ao dos ladrões, tentando descobrir onde é que aquele túnel vai sair.

As linhas narrativas são facilmente identificáveis e as idas e vindas não atrapalham o desenrolar da trama, mas o tempo todo parece que algo está faltando. Neste filme de assalto, gênero que voltou à moda com o remake de Onze Homens e Um Segredo, falta, por exemplo, carisma aos bandidos. Logo no começo, Carla diz que eles vão precisar de alguém que tenha um rosto bonito, para ser a fachada da quadrilha, e sugere o nome de Mineiro (Eriberto Leão), o bonitão tão gente boa quanto malandro. E meio que para por aí. Há apenas uma situação em que Mineiro precisa interagir com alguém de fora do bando, mas para isso não precisava ser bonito, apenas ter o mínimo de tato. E precisamos dizer também, com todo o respeito, que Leão não é um Brad Pitt, ainda que a distância seja menor do que a que existe entre o Barão e o Daniel Ocean interpretado por George Clooney.

Ao mesmo tempo que tenta fugir do óbvio e criar o plano perfeito, o diretor estreante Marcos Paulo, acaba deixando digitais, tal qual um assaltante amador. O personagem de Milhem, por exemplo, foi obviamente escrito como alguém com a inteligência acima do normal, do tipo que sabe quais seus próximos movimentos e o que ele vai fazer em seguida, mas será que era preciso mesmo mostrá-lo sentado na frente de um tabuleiro de xadrez sozinho? Duas vezes?!

Outra situação quase gratuita é a constância com que Telma aparece discutindo no telefone. O motivo é explicado mais para frente, mas a verdade é que ele pouco acrescenta à história. Dava para falar sobre o drama pessoal vivido por Chico de outras formas, sem explicitar o seu incômodo com a situação, mostrando que aquele mundo não era mais o dele.

Assalto ao Banco Central está cheio de boas intenções na hora de ficcionalizar um fato tão recente, mas o resultado final é uma montanha russa, que pode ser divertido para alguns, mas também pode deixar muito gente meio enjoada no meio do caminho.

Nota do Crítico
Regular
Assalto ao Banco Central
Assalto ao Banco Central
Assalto ao Banco Central
Assalto ao Banco Central

Ano: 2011

País: Brasil

Classificação: 14 anos

Duração: 101 min

Direção: Marcos Paulo

Elenco: Eriberto Leão, Hermila Guedes, Milhem Cortaz, Lima Duarte, Giulia Gam, Cássio Gabus Mendes, Vinícius de Oliveira, Gero Camilo, Simone Farias, Milton Gonçalves

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