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Blame! | Crítica

Anime da Netflix tem ótimo visual, mas peca pelo ritmo lento

22.03.2018, às 16H22.
Atualizada em 24.03.2018, ÀS 00H04

Blame! é uma obra cyberpunk conhecida por sua arte detalhada e narrativa ágil. O mangá, que começou a ser publicado em 1998, trazia um futuro desolador onde as máquinas venceram e a humanidade se tornou um alvo. Passados 20 anos, chega a Netflix um filme animado que acerta ao trazer o visual rico, mas falha na hora de contar essa história.

O anime se passa na futurista e desoladora “Cidade”, um lugar completamente dominado pelas máquinas. A humanidade é tratada como um vírus que deve ser exterminado, e nesse cenário acompanhamos a tribo humana dos Eletro-Fishers em busca de alimentos para seu povo. Em uma dessas rondas por comida, eles acabam topando com Killy, um silencioso estranho que está à procura de uma cura, um gene que possa devolver o comando à humanidade.

Ao longo de seus quase 110 minutos, a animação se perde. Apesar dos perigos constantes que os Eltro-Fishers encontram, não há preocupação em desenvolver esses personagens, impedindo que o público se conecte ou se importe com eles. Gastam-se cenas inteiras para contar  histórias antigas do povo, ou as dificuldades enfrentadas no presente, mas não há conexão com quem está no centro de tudo.

Killy é o protagonista da obra original, mas a escolha de torná-lo um coadjuvante acaba favorecendo a trama. O caladão misterioso que está lá para salvar o dia acaba sendo o menos prejudicado pela falta de desenvolvimento, ao mesmo tempo que cativa justamente por não deixar claro o que se pode esperar dele.

O ritmo inconsistente atrapalha a experiência. Se de um lado Blame! apresenta cenas de ação carregadas de adrenalina, todo o resto é arrastado. Repleto de diálogos redundantes, que muitas vezes servem apenas para resumir o que aconteceu na cena anterior, a animação não convence quando tenta mostrar que tem algo mais a dizer além do velho embate cyberpunk de humanos versus máquinas.

O ponto alto da adaptação é o mesmo do mangá: a parte visual. A obra de Tsutomu Nihei trazia um cenário desolador e a animação dá  vida aesse labirinto mecânico rico em detalhes. Por se tratar de um filme em 3D, uma tendência na indústria do anime, o ambiente frio e hostil se torna mais palpável. As sequências que envolvem a exploração da Cidade são belas e assustadoras, com estruturas grandiosas que podem esconder os mais variados perigos.

Mesmo tendo seu criador envolvido na adaptação, Blame! peca ao criar um mundo fascinante sem desenvolvê-lo. Entre belas paisagens e cenas de ação competentes, a história fica em último plano, tornando a experiência mais cansativa do que o necessário.

Nota do Crítico
Bom
Blame!
Blame!

Ano: 2017

País: Japão

Onde assistir:
Oferecido por

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