Cena de Borderlands (Reprodução)

Créditos da imagem: Cena de Borderlands (Reprodução)

Filmes

Crítica

Borderlands adapta franquia querida dos games em Guardiões da Galáxia genérico

Sem surpresas para os fãs e sem muito apelo para os novatos, filme fica órfão da sua fórmula

Omelete
3 min de leitura
08.08.2024, às 14H52.

Os últimos anos viram sossegar aquele chavão de que games não rendem bons filmes;  o movimento, de certa forma, se iniciou com Pokémon: Detetive Pikachu, rendeu sucessos como Sonic e Super Mario Bros., e séries como Fallout, The Last of Us e Arcane. Mas mesmo nesse contexto positivo, pelas escolhas que faz e pelo resultado que elas geram, Borderlands: O Destino do Universo Está em Jogo arrisca devolver as adaptações de games a seu estado anterior.

Apostando em um elenco estrelado, o filme conta uma história que difere, em vários momentos, da mitologia estabelecida pelos games. Lilith (Cate Blanchett) é uma caçadora de recompensas que retorna a Pandora, seu planeta natal, para resgatar uma criança desaparecida, Tina (Ariana Greenblatt). No caminho ela cruza com o robô Claptrap (Jack Black), e o clássico grupo de desajustados se completa com a adição de Roland (Kevin Hart) e Krieg (Florian Munteanu). Já a conversão de foras-da-lei em heróis se dá quando eles descobrem que o contratante de Lilith, o bilionário Atlas (Edgar Ramírez), está na verdade atrás de uma poderosa tecnologia ancestral - um perigo se cair nas mãos erradas.

Embora o arco pareça claro e linear, a jornada é repleta de atalhos, problemas que são resolvidos instantaneamente - inclusive no clímax, que monta um clima de suspense só para desembaraçar a encrenca em poucos minutos. O tal Destino do Universo, mencionado no subtítulo, não parece muito importante para além do imediatismo da ameaça de Atlas. Este Borderlands parece acreditar mais na estetização do seu universo e no apelo cômico para buscar alguma particularidade, alguma consistência.

Talvez tenha sido esse elemento pop que atraiu um elenco do calibre de Cate Blanchett e Jamie Lee Curtis, e o carisma acumulado dá algum fôlego à sucessão de gags, destacada principalmente pela ousadia de Tina e pelo ar caótico de Claptrap. Um outro traço da atual geração de adaptações de games para as telas, a fidelidade visual, deixa de qualquer forma este Borderlands mais familiar; o design de produção respeita uma das identidades visuais mais marcantes dos games nos últimos 20 anos. Borderlands é uma franquia intimamente atrelada ao vibrante e cartunesco, e o filme dirigido por Eli Roth tenta, ainda que aridamente, manter esse espírito.

A fidelidade aos games, no entanto, para por aí: para quem é familiarizado com a franquia, o enredo é bem óbvio e sem muitas surpresas - e não porque essa história já foi contada antes, mas porque ele coloca como grande revelação algo que é, literalmente, uma premissa básica do primeiro jogo. Para quem não conhece esses personagens, por outro lado, existe algum potencial de se divertir com o humor ácido, mas a aventura espacial engraçadinha já foi executada - e relativamente exaurida - com três longas de Guardiões da Galáxia. Esse subgênero da space opera irônica já está pedindo uma sacudida.

Nota do Crítico
Regular
Borderlands: O Destino do Universo Está em Jogo
Borderlands
Borderlands: O Destino do Universo Está em Jogo
Borderlands

Ano: 2024

País: EUA

Duração: 102 min

Direção: Eli Roth

Roteiro: Eli Roth, Joe Crombie

Elenco: Jack Black, Kevin Hart, Cate Blanchett, Édgar Ramírez, Ariana Greenblatt, Jamie Lee Curtis

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