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Filmes
Crítica

Casadentro | Crítica

Drama peruano fala dos vazios da maternidade para tocar em questões sociais

MH
25.06.2015, às 17H45.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H42

Longa-metragem de estreia da roteirista e diretora Joanna Lombardi, o peruano Casadentro faz, a meia distância e sem pressa, ao longo de um dia e meio, um melancólico retrato sobre a solidão de ser mãe - um fardo que, no filme, reflete divisões sociais.

Às vésperas de completar 81 anos, Pilar tenta se manter ocupada. O filme começa quando ela levanta de madrugada para descongelar a geladeira, o que logo desperta a governanta Consuelo, a empregada Milagros e a cadela Tunda. As três mulheres moram com o cachorro numa enorme casa provincial, onde o que não faltam são pequenas tarefas banais para manter essa ilusão de importância, de pertencimento.

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A câmera de Joanna Lombardi preserva a meia distância porque, no seu julgamento, os close-ups são importantes demais para ser desperdiçados - e quando Casadentro decide usá-los seu efeito dramático aumenta. Um desses momentos é quando Milagros está tirando a poeira dos móveis da sala e pega na mão uma fotografia em preto e branco, provavelmente de Pilar na adolescência, sorrindo. O close-up não deixa dúvidas: essa alegria do passado, como tantas outras coisas trancadas a chave nos armários do casarão, não tem lugar no presente.

O começo do filme dá a entender que seria sobre a velhice, sobre a inevitabilidade das coisas, esse luto velado que não ousa dizer seu nome. Mas então Pilar recebe um telefonema; uma de suas filhas liga para avisar que está vindo da capital Lima e passará a noite no casarão, levando consigo a neta e a recém-nascida bisneta de Pilar. E eis que mesmo a jovem mãe já parece esgotada com excessos de zelo e com falsas preocupações, agarrando-se a memórias dos tempos mais felizes que os cheiros da casa lhe trazem.

É quando percebemos que as mulheres de Casadentro não estão sofrendo de um mal-estar hereditário apenas, o vazio deixado por uma vida dedicada aos filhos, mas principalmente de um mal social. A onipresença da empregada Milagros em todos os lados da casa - aflita com seu celular no bolso para se comunicar com o mundo lá fora, verdadeira prisioneira das chaves do castelo - é suficiente para pontuar: Casadentro é menos um filme sobre os dilemas da maternidade do que sobre uma certa aristocracia latino-americana que não reconhece seu ocaso.

Leia mais críticas da Mostra 2013

Nota do Crítico

Ótimo
Marcelo Hessel

Casadentro (2015)

Casadentro

2015
25.06.2015
87 min
Drama
País: Peru
Classificação: LIVRE
Direção: Joanna Lombardi Pollarolo
Roteiro: Joanna Lombardi Pollarolo
Onde assistir:
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