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Crítica

Crítica: Duplicidade

O golpista Tony Gilroy ataca novamente

04.06.2009, às 17H30.
Atualizada em 02.11.2016, ÀS 11H03

Tony Gilroy estreou como diretor em 2007, com o ótimo Conduta de Risco. Em seu segundo filme, Duplicidade (Duplicity, 2009), ele repete a dose e dirige com competência a partir de excelente roteiro próprio.

O resultado é inspiradíssimo desde a sequência inicial de créditos, uma luta em câmera lenta dos engravatados Tom Wilkinson e Paul Giamatti. A forma é perfeita - os gorduchos senhores se estapeando em terno caros, equidistantes de seus respectivos jatinhos executivos -, e o conteúdo inteligente - sob qualquer acabamento continuamos animais em busca de espaço. A cena entrega que estamos diante de cinema que funciona como entretenimento, mas também pretende ir além do convencional.

Duplicidade

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Duplicidade

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Duplicidade tem qualidades de comédia romântica e filme de suspense e espionagem, tudo embalado com a malandragem de uma trama de golpistas a la Onze Homens e um Segredo, algo que a estilosa trilha sonora de James Newton Howard parece evocar.

No centro da história estão Clive Owen e Julia Roberts, atuando juntos pela primeira vez desde Closer - Perto Demais.

Se no denso filme de 2005 a dupla tinha diálogos carregados de conflito dramático, aqui a interação é mais leve, sexy e cheia de segundas intenções. Ambos vivem espiões que operam para duas supercorporações concorrentes da indústria dos cosméticos. Amantes apaixonados, eles vislumbram em seus trabalhos a oportunidade de ficarem milionários e se aposentarem. Mas para tanto precisam antes de mais nada aprender a confiar um no outro. E tome tiroteio verbal.

A narrativa salta no tempo com flashbacks que se aproximam cada vez mais do presente, complicando a história mais e mais. Como pode um diálogo que acabou de acontecer ter ocorrido de forma exatamente igual meses antes?

Quando começamos a acreditar que estamos entendendo a estrutura por trás do filme, o cineasta faz com que repensemos tudo. Até que chega o clímax - e todas as peças se encaixam perfeitamente, sem qualquer vão, provando que o diretor e roteirista tinha seu plano sob controle o tempo todo. Clive Owen e Julia Roberts que nada... o malandro-mestre é mesmo esse Tony Gilroy.

Nota do Crítico
Ótimo
Duplicidade
Duplicity
Duplicidade
Duplicity

Ano: 2009

País: EUA, Alemanha

Classificação: 12 anos

Duração: 125 min

Direção: Tony Gilroy

Roteiro: Tony Gilroy

Elenco: Clive Owen, Julia Roberts, Paul Giamatti, Tom Wilkinson, Lisa Roberts Gillan, Denis O'Hare, Kathleen Chalfant, Carrie Preston, Dan Daily, David Shumbris, Rick Worthy, Oleg Shtefanko, Khan Baykal, Thomas McCarthy, Wayne Duvall, Fabrizio Brienza

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