Filmes

Crítica

Crítica: Homens em Fúria

Ótimas atuações em história fraca

21.10.2010, às 20H23.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 14H09

Faz tempo que Robert De Niro virou uma caricatura de si mesmo. Talvez desde Entrando Numa Fria (2000) ou até antes, em Máfia no Divã (1999), para citar apenas duas comédias que viraram franquia e ajudaram a estereotipar ainda mais o personagem rabugento de boca caída que De Niro parece repetir no piloto automático há tempos. Sinceramente, qual o último grande filme estrelado por ele que te vem à memória?

Infelizmente, Homens em Fúria (Stone, 2010) ainda não vai acabar com esta sina, mas já dá um passo adiante. Apesar de aparecer em várias cenas repetindo o que vem fazendo nos últimos anos, em algumas sequências há um vislumbre do grande ator de clássicos do cinema como Táxi Driver e Poderoso Chefão. Deve ter colaborado muito para sair dessa inércia o fato de muitas das cenas serem feitas ao lado de Edward Norton.

Homens em Fúria

None

Homens em Fúria

None

No filme, Norton interpreta Stone, um detento que já cumpriu mais de 3/4 da sua pena e agora tenta antecipar a sua saída da prisão junto ao seu agente de condicional, Jack (De Niro), que está a poucos dias da sua aposentadoria e parece ter perdido sua razão de viver. Nas conversas entre os dois Norton mostra porque é reconhecido como um dos melhores atores da sua geração. Ele muda o sotaque, inventa uma voz e cria trejeitos dúbios, que não deixam claro se ele está falando sério, se fazendo de louco ou dando um golpe de gênio.

Quem vai ajudar Stone na sua missão é Lucetta (Milla Jovovich), sua esposa, que também atua no melhor estilo poker-face, sem mostrar o que tem na mão e qual será sua próxima jogada. Este é, talvez, o melhor trabalho de Jovovich em muito tempo. É atuação de verdade, não apenas correr e pular de um lado para o outro atirando em zumbis (não que haja algo de errado em matar zumbis).

A carga dramática fica nas trocas de olhares e, principalmente, na trilha sonora, que passa de zumbidos que estão ali apenas para dar o clima para algo muito mais importante para a trama. O que para algumas pessoas pode ser algo brilhante, será visto por outros como presunçoso. E o filme é assim. Ao não dar respostas a todas as perguntas, dá margem para que os espectadores criem seus próprios desfechos. Em muitos casos é algo louvável. Mas pela forma como a história se desenvolve, criando um enorme suspense na epifania de Stone e na depressão de Jack, pode deixar no público o sentimento de que algo ficou faltando. E pelo menos dessa vez não foi uma boa atuação de De Niro.

Nota do Crítico
Bom
Homens em Fúria
Stone
Homens em Fúria
Stone

Ano: 2010

País: EUA

Classificação: 18 anos

Duração: 105 min

Direção: John Curran

Roteiro: Angus MacLachlan

Elenco: Frances Conroy, Robert De Niro, Edward Norton, Milla Jovovich

Onde assistir:
Oferecido por

Ao continuar navegando, declaro que estou ciente e concordo com a nossa Política de Privacidade bem como manifesto o consentimento quanto ao fornecimento e tratamento dos dados e cookies para as finalidades ali constantes.