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Hulk | Crítica

O filme de Ang Lee

26.06.2003, às 00H00.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 13H14

Depois do Homem-Aranha, por muitos anos o Hulk foi a personagem mais conhecida da editora Marvel Comics. Como o aracnídeo, o Gigante Esmeralda - como é carinhosamente chamado pelos fãs - teve seu próprio (e antológico) seriado de televisão, bem como diversas versões de desenhos animados, o que serviu para popularizá-lo. Só mesmo os X-Men para tirarem o posto do monstro, com os dois filmes dirigidos por Bryan Singer e as bem-sucedidas séries animadas. Contudo, com Hulk (The Hulk, de Ang Lee, 2003) o Verdão volta a ocupar seu merecido patamar de destaque, ao lado dos colegas milionários.

Em todo o caso, embora se enquadre na mesma categoria de Homem-Aranha ou Blade, Hulk está longe de ser um tipíco filme de super-herói. O mérito é de Ang Lee, que, de todos os diretores de adaptações de HQs para as telas, foi o mais ousado.

O diretor, mais conhecido por filmes sensíveis e artisticamente irretocáveis como O tigre e o dragão (Wo hu cang long, 2000) ou Razão e sensibilidade (Sense and sensibility, 1995), optou por uma abordagem diferente e aprofundou-se nas feridas psicológicas que dividiram a personalidade do Dr. Bruce Banner.

Assim, o drama dá o tom de Hulk e a ação cede espaço aos diálogos. O filme é pontuado por longas seqüências, nas quais são exploradas as profundas relações entre as personagens. Tais cenas são fortalecidas por um time de primeira linha, que rouba a cena da criatura. Difícil, por exemplo, não achar David Banner, interpretado por Nick Nolte, muito mais monstruoso do que o próprio gigante verde.

A história começa com o cientista militar David Banner testando em si próprio um soro experimental nos anos 60. Sem resultados aparentes, acaba transmitindo seu sangue contaminado para seu filho, Bruce. Depois de uma tragédia familiar, o jovem é adotado e, desconhecendo seu passado, segue os passos do pai biológico e torna-se um cientista.

Passam-se os anos e Bruce (Eric Bana, de Falcão Negro em perigo), ao lado da ex-namorada Betty Ross (Jennifer Connelly), está perto de conseguir um grande avanço para a ciência médica. Os nanomeds, espécie de superanticorpos, conseguem regenerar tecidos em velocidades altíssimas, ao serem expostos à radiação gama. Porém, depois de um acidente no laboratório, Banner acaba bombardeado com os tais raios, que ativam sua herança genética. O resultado é a destruidora criatura conhecida como Hulk, que será caçada pelos militares, corporações gananciosas e pelo seu próprio pai, desejoso de finalmente conhecer o segredo para concluir o processo iniciado há tantos anos.

A origem moderniza a versão dos quadrinhos, criada em 1962 por Stan Lee e Jack Kirby no auge da Guerra Fria. Sai a explosão nuclear no deserto - que faz uma aparição especial no filme - e entra a genética e toda a sua carga de polêmica, do tipo pode o homem brincar de Deus?.

Apesar do foco na história, a metade final da produção tem inúmeras e empolgantes cenas de ação. Nelas, o diretor chinês não teve medo de mostrar o Hulk em momento algum. Não há truques de filmagem, como cenas escuras ou borradas. A criatura está lá, em pé, em pleno Sol do deserto. Close-ups são constantes, seqüências que só faziam sentido nas páginas dos quadrinhos também.

Claro que é dificílimo não achar engraçada - ou mesmo ridícula - a figura do Verdão em meio aos seus saltos descomunais, mas isso é irrelevante. O diretor não fez concessões para tornar seu filme mais verossímil - como mudar o design da criatura -, mas simplesmente transportou o monstro dos quadrinhos para a película. Aliás, transportou também os próprios quadrinhos, que aparecem em cenas-chave dividindo a tela.

Um excelente começo para o mais poderoso herói da Marvel nos cinemas.

Nota do Crítico
Bom
Hulk
Hulk
Hulk
Hulk

Ano: 2003

País: EUA

Classificação: LIVRE

Duração: 0 min

Direção: Ang Lee

Elenco: Eric Bana, Jennifer Connelly, Sam Elliott, Josh Lucas, Nick Nolte, Paul Kersey, Cara Buono, Stan Lee, Todd Tesen, Celia Weston, Mike Erwin, Lou Ferrigno, Regi Davis, Craig Damon

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