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Crítica

Crítica: Segurança Nacional

Thiago Lacerda é o Jack Bauer brasileiro em filme de ação repleto de erros

06.05.2010, às 18H01.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 14H01

Sejamos sinceros e diretos: por que você acha que um filme que foi rodado em 2006 só chega aos cinemas agora, 4 anos depois? Falta de bons contatos não é, pois teve apoio do Ministério da Defesa, do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, da ABIN (Agência Brasileira de Inteligência) e até da Presidência da República. Tem efeitos especiais, usou aviões, iates e locações até em prédios oficiais do Governo Federal, então, falta de dinheiro também não deve ser. Desistiu? Eu digo o porquê: PORQUE É MUITO RUIM!

O nome do projeto é Segurança Nacional (2010), o filme que tenta pegar carona (atrasado) no sucesso de Tropa de Elite produzindo um thriller de ação e coloca o Thiago Lacerda no papel do Jack Bauer brasileiro, com direito a presidente negro (Milton Gonçalves), armas de destruição em massa e terroristas. Ok, não é uma premissa inovadora, mas esse não é o maior dos problemas.

Segurança Nacional

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Para começar, falta ao roteiro uma lógica, uma linha de continuidade básica que prenda a atenção do espectador. O vilão, o traficante colombiano (Joaquin Cosio), só encontra paralelos no mundo do entretenimento com o Coiote dos desenhos do Pápa Léguas. Todos os seus planos são facilmente desmontados pelo ágil e inteligente Agente Marcos "Bip Bip" Rocha (Thiago Lacerda), o que o deixa mal entre os outros traficantes e só aumenta a sua raiva. É dele a ideia de enviar uma bomba atômica para destruir o SIVAM (Sistema de Vigilância da Amazônia), que custou 3 bilhões de reais dos cofres públicos e está destruindo a sua principal rota de entrada de drogas no país.

Poderia passar o resto do texto descrevendo incoerências do roteiro, como o presidente chegando em uma escola primária, cumprimentando as crianças e depois fazendo um discurso sobre terrorismo e como é o dever de todos eles zelar pelo bem do pais. Hein? As crianças devem pegar nas armas, então? E esse é só um dos exemplos. Tentar entender a lógica de algumas outras sequências é um trabalho que deveria ser entregue apenas a quem consegue completar aqueles livrinhos de Sudoku nível avançado.

Enfim, Segurança Nacional é uma sucessão de erros. Os atores declamam suas falas como se estivessem numa telenovela mexicana e não convencem. A música, sempre equivocadíssima, sobe (e muito!) sempre na hora errada, em alguns momentos até atrapalhando o clima que pretendia construir. O roteiro tem crateras maiores do que a floresta amazônica que eles querem proteger. As cenas de ação são lentas e a montagem não ajuda, tornando-as sem emoção alguma. E literalmente por último, naqueles textos que aparecem no fim do filme para dar a última contextualizada, está escrito "Braileiro" (sic). Tudo bem, todo mundo erra, mas não precisava repetir tanto, né?

Nota do Crítico
Ruim
Segurança Nacional (2010)
Segurança Nacional
Segurança Nacional (2010)
Segurança Nacional

Ano: 2010

País: Brasil

Classificação: 10 anos

Duração: 120 min

Direção: Roberto Carminati

Roteiro: Bruno Fantini, Daniel Ortiz

Elenco: Thiago Lacerda, Ângela Vieira, Milton Gonçalves, Gracindo Junior, Ailton Graça, Marcio Rosario, Sheila Melo, Viviane Victorette, Gilberto Torres, Sônia Lima, Tanah Correa, Cesar Cabrera, Joaquim Cosio, Javier Robles

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