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Do Jeito que Elas Querem | Crítica

Comédia quebra estereótipos de modo divertido ao colocar quatro mulheres idosas para ler Cinquenta Tons de Cinza

Omelete
3 min de leitura
17.06.2018, às 14H22.
Atualizada em 19.12.2022, ÀS 16H57

Trabalhar com personagens femininas idosas hoje é se desvencilhar das velhas noções atreladas à idade. Se antes a caracterização resumia-se à vida doméstica, ressaltando ora a fragilidade, ora a amargura das suas personalidades, agora elas ganham mais dimensões. Do Jeito que Elas Querem se encaixa justamente nessa mudança de percepção da indústria, colocando quatro protagonistas para viver aventuras românticas e, por que não, discutir sexo abertamente.

Com a promessa de que Christian Grey reavivará o ânimo de suas amigas, Vivian (Jane Fonda) convence o grupo a ler Cinquenta Tons de Cinza para o próximo encontro do clube do livro. Para a surpresa de todas, a obra mais do que agrada: estimula cada uma a sair da sua zona de conforto. Enquanto Sharon (Candice Bergen) decide se arriscar nos aplicativos de relacionamento e Carol (Mary Steenburgen) está determinada a retomar sua vida sexual com o marido, Diane (Diane Keaton) e Vivian se permitem assumir compromissos mais sérios.

Desenvolvendo as histórias de amor paralelamente, o diretor e roteirista Bill Holderman não economiza nas piadas, sejam elas sobre sexo, idade ou o próprio livro de E.L. James. Todas são muito bem colocadas, o que contribui para o tom leve da trama e, claro, para o envolvimento do público com as personagens. Porém, o fator decisivo para que a produção seja tão carismática não está nas tiradas, nem no enredo em si. Está no conceito do filme.

Ao criar uma narrativa em que suas protagonistas tomam riscos e se metem em situações inéditas, Holderman e o também roteirista Erin Simms mostram que as sexagenárias, mesmo experientes, também podem ter seus momentos “adolescentes”. Afinal, como a Vivian defende, a idade delas não é um indício de que devem parar de viver. Pelo contrário. A partir do momento em que as mulheres se deixam descobrir coisas novas, a ideia de que a velhice é monótona se desfaz por completo e, finalmente, o passado é colocado de lado para que elas aproveitem o presente com mais entusiasmo.

Como era de se esperar, as premiadas atrizes têm muita naturalidade para brincar com as jornadas de suas personagens. Não à toa, você acredita que são mulheres da vida real, com inseguranças, desejos e questões a resolver. A química com seus pares românticos, vividos por Andy Garcia, Craig T. Nelson, Don Johnson e Richard Dreyfuss, também é perceptível e uma delícia de assistir.

Mesmo quebrando o estereótipo da mulher na terceira idade, Do Jeito que Elas Querem não faz nada mais do que o bê-a-bá para divertir, recorrendo até aos discursos individuais de superação e às provas de amor no último minuto. Mas não há nada de errado nisso. Desde o início, está claro que a intenção não é ser inovador ou memorável. É simplesmente criar uma narrativa agradável a partir de personagens com as quais é fácil de se identificar e mostrar que, independentemente se você tem 15 ou 80 anos, você pode se apaixonar. E, nisso, o filme é muito bem-sucedido.

Nota do Crítico
Bom
Do Jeito que elas Querem
Book Club
Do Jeito que elas Querem
Book Club

Ano: 2018

País: EUA

Classificação: 12 anos

Duração: 108 min

Onde assistir:
Oferecido por

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