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Créditos da imagem: Dolemite is My Name/Netflix/Divulgação

Filmes

Crítica

Meu Nome é Dolemite

História de perseverança do comediante Rudy Ray Moore é o caminho de volta perfeito para Eddie Murphy, que também traz Wesley Snipes em papel hilário

09.09.2019, às 17H36.
Atualizada em 25.10.2019, ÀS 12H24

Eddie Murphy sabe navegar bem entre o sucesso e o fracasso. De Um Tira da Pesada a Pluto Nash, o comediante já ascendeu, caiu e ascendeu tantas vezes que o movimento se tornou uma constante na sua carreira. Como seus últimos trabalhos no cinema — Mr. Church, de 2016, e As Mil Palavras, de 2012 — foram fracassos de público e crítica, é chegada a hora de voltar e Meu Nome é Dolemite é o caminho da vez.

O filme de Craig Brewer baseado na vida do comediante Rudy Ray Moore é um projeto de longa data de Murphy, que há anos havia se encontrado com os roteiristas Scott Alexander e Larry Karaszewski, mas sem conseguir o financiamento para tirar a ideia do papel. A oportunidade ressurgiu quando Alexander e Karaszewski começaram a colher os frutos do sucesso de outro trabalho, American Crime Story: O Povo Contra O.J. Simpson, o que levou a uma bem-sucedida reunião com a Netflix.

O processo lembra o vivido pelo próprio Moore para levar o seu Dolemite para o cinema. Foi já na meia-idade que ele encontrou uma rota para o sucesso ao usar o folclore das ruas de Los Angeles para criar o personagem, um cafetão desbocado, dono de boate e lutador de caratê. O filme segue o seu processo de transformação para o reconhecimento, do contrato com uma gravadora ao desejo de ver a si mesmo eternizado na tela grande.

A experiência de Murphy com os dois extremos da fama lhe dá a base perfeita para que a sua versão de Moore/Dolemite ganhe consistência dramática, mesmo que o tom geral do filme seja cômico. Também adicionam carisma à proposta o bom elenco de apoio - que inclui Keegan-Michael Key, Mike Epps, Craig Robinson, Tituss Burgess, entre outras boas participações especiais. Destaque para um debochadíssimo Wesley Snipes como D’Urville Martin, o ator e diretor de Blaxploitation, e para Da’Vine Joy Randolph como Lady Reed. O arco da comediante, descoberta por Moore, ameniza as boas doses de sexismo e objetificação necessárias para contar a história de Dolemite, um cafetão que sempre encontrava-se rodeado de “peitinhos”, afinal.

O figurino desenvolvido por Ruth E. Carter, a vencedora do Oscar por seu trabalho em Pantera Negra, embala tudo em estampas e cores vivas, o que somado à trilha sonora, com tudo o que o funk americano tem a oferecer, faz do filme uma experiência contagiante. Dolemite é o nome dele e no retorno de Murphy aos holofotes, uma nova geração vai conhecê-lo.

Nota do Crítico
Ótimo
Dolemite Is My Name
Dolemite Is My Name
Dolemite Is My Name
Dolemite Is My Name

Ano: 2019

País: EUA

Duração: 1h58 min

Direção: Craig Brewer

Roteiro: Larry Karaszewski, Scott Alexander

Elenco: Wesley Snipes, Keegan-Michael Key, Eddie Murphy, Chris Rock, Kodi Smit-McPhee

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