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Dragon Ball Z: O Renascimento de F | Crítica

Um grande e agradável episódio de Dragon Ball para os fãs

19.06.2015, às 17H58.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H36

Apesar de fazerem parte da mesma história, Dragon Ball e Dragon Ball Z têm uma pegada bem diferente. Enquanto a primeira fase, com Goku e cia. ainda pequenos, é cheia de comédia e inocência, a segunda, com os heróis já crescidos, é mais séria e tensa. A diferença é exatamente a mesma entre Dragon Ball Z: O Renascimento de F e o último filme, A Batalha dos Deuses, de 2013.

Só isso já serve para aplacar o descontentamento de quem não gostou de Batalha dos Deuses, que marca uma retomada de produções cinematográficas com Akira Toriyama a frente do roteiro e da produção. Quem sentiu falta do perigo e do caos iminente de seres superpoderosos que ameaçam a Terra não tem do que reclamar, pois O Renascimento de F traz de volta à vida justamente Freeza, o arquétipo dos vilões consagrado pela fase Z.

Trazendo bem menos personagens do que Batalha dos Deuses (algumas ausências, inclusive, chegam a ser controversas), o longa gira basicamente em torno de duas relações: a de Freeza com Goku - afinal, o vilão volta querendo se vingar a todo custo do saiyajin -, e a de Goku com Vegeta, em sua amizade eternamente pautada pela rivalidade. Se você conhece os personagens, sabe que o que vai acontecer no filme é previsível, mas a maneira como estes eventos ocorrem não deixa de ser interessante.

Sem perder tempo com explicações e inúteis e assumindo o conhecimento prévio dos fãs, Toriyama teve a liberdade necessária para uma medida corajosa: desenvolver estes personagens de uma maneira que jamais vimos em toda a série, e isso é um dos pontos altos do filme. Os heróis e o vilão, cada um a sua maneira, são levados a se confrontar com suas próprias fraquezas - Vegeta em sua seriedade excessiva, Goku em seu jeito relaxado e Freeza em sua prepotência.

Os responsáveis por estes desenvolvimentos inéditos são Bills e Wiss, os vilões de Batalha dos Deuses, que agora assumem papel de mentores da dupla Goku e Vegeta e acabam roubando a cena do filme, seja atuando como alívio cômico (e resgatando um pouco da leveza de Batalha dos Deuses), seja apontando os defeitos na personalidade de cada um deles.

Em alguns momentos, a falta de explicações chega a ser exagerada. Sem dar spoilers, o filme não se preocupa a explicar alguns dos poderes de Goku. Provavelmente, é algo que vai ficar para Dragon Ball Super, a nova série de TV da franquia.

Fora este inesperado desenvolvimento, O Renascimento de F tem o que ficou faltando no filme passado: batalhas - e que batalhas. Além de traços, cores e animações impecáveis, o longa também investe em computação gráfica para os momentos em que as lutas ficam mais ágeis, deixando toda a ação mais dinâmica. O único ponto fraco fica nas transições entre o CG e o desenho à mão, que são sutis, mas estão longe de serem imperceptíveis.

Por fim, vale sempre dizer que este é daqueles filmes para se ver dublado, e isso passa longe do fator nostalgia. O longa traz novamente todas as vozes da gravação tradicional da Álamo e Wendel BezerraAlfredo RolloTânia Gaidarji e cia. fazem, mais uma vez, um excelente trabalho.

Renascimento de F tem o espetáculo visual que se espera de um filme de Dragon Ball, mas o desenvolvimento pessoal de Goku e Vegeta promovido pelo inesperado roteiro faz dele um grande e agradável episódio da série para os fãs. 

 

 

Nota do Crítico
Bom
Dragon Ball Z: O Renascimento de Freeza (2015)
Dragon Ball Z: Fukkatsu No F
Dragon Ball Z: O Renascimento de Freeza (2015)
Dragon Ball Z: Fukkatsu No F

Ano: 2015

País: Japão

Classificação: 10 anos

Duração: 120 min

Direção: Akira Toriyama

Onde assistir:
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