Cena de Drop: Ameaça Anônima (Reprodução)

Créditos da imagem: Cena de Drop: Ameaça Anônima (Reprodução)

Filmes

Crítica

Drop: Ameaça Anônima usa ideia de terror no AirDrop para divertir e agonizar

Mesmo sem aproveitar ao máximo a premissa, o filme se beneficia da ótima mão do diretor Christopher Landon

Omelete
4 min de leitura
10.04.2025, às 08H10.

Só uma vez na vida eu recebi uma mensagem misteriosa por AirDrop. Eu neguei, claro, e depois alterei a visibilidade do meu celular como exclusiva para contatos, mas o efeito surpresa foi notável. Há uma certa ousadia na atitude de enviar um arquivo para alguém que você não conhece. Sua reação é a de choque, mas também admiração. Gera-se uma certa insegurança. Uma presença estranha. Normalmente, trata-se de uma pegadinha sem graça, mas ciente disso, entendo perfeitamente de onde veio Drop: Ameaça Anônima.

Mais novo membro do subgênero terror de aplicativos – uma coleção que inclui Host (terror no Zoom!), F*** Marry Kill (terror no Tinder!) e uma pilha de filmes cujas premissas só existem graças ao Airbnb – o filme da Blumhouse recruta o diretor Christopher Landon (do divertido A Morte te Dá Parabéns) para encenar o roteiro de Jillian Jacobs e Chris Roach, e ainda bem. Isto porque enquanto o gancho – Violet, uma mãe viúva, (Meghann Fahy) vai em seu primeiro encontro em anos com o fotógrafo gatão Henry (Brandon Sklenar) e passa a receber ameaças e instruções perigosas via AirDrop durante o jantar – é criativo e oferece algumas boas situações de tensão, o desenvolver da narrativa recai em clichês cansados.

*Aqui, eu preciso avisar que o filme cria um app chamado digiDrop, para não gerar problemas com a Apple.

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Drop: Ameaça Anônima
Blumhouse

Violet, é claro, é sobrevivente de trauma. As convenções narrativas que acompanham tudo isso – e povoam diversos filmes da produtora de Jason Blum – já são reconhecíveis a ponto de deixar não só progressão emocional do roteiro (“essa situação fará com que ela reviva seus pesadelos, mas agora ela pode superá-los!”) previsível, mas também de entregar como alguns dilemas se resolverão. A imagem triunfante de Drop é plantada de forma tão clara pelo prólogo, onde vemos o episódio que deixou Violet cicatrizada, que quando ela acontece, a sensação é menos de entusiasmo e mais de deja vú.

O que me faz voltar a Landon. Onde pode, o cineasta transforma Drop num banquete visual mais apetitoso do que qualquer coisa servida no restaurante panorâmico em Chicago onde Violet recebe as mensagens, e que, como um grande feito de design de produção e decoração de set, oferece ao diretor diversas opções de composição – algo importante para um cenário que ocupa quase todo o longa-metragem. A caminhada do casal até sua mesa é filmada com um belo tracking que faz jus à beleza do espaço, posiciona possíveis suspeitos e te deixa com vontade de fazer uma reserva (má notícia: o local não existe).

Daí em diante, Landon faz o melhor possível com o que tem nas mãos. Uma vez comunicada a geografia, ele passa a usar elementos do ambiente para criar imagens surrealistas – como quando os olhos de Violet passeiam por outros clientes numa tentativa de identificar o criminosos – e estampar, em vidros, pratos e janelas, as mensagens que ela segue recebendo noite adentro. Este último ponto é importante, já que Drop não se revela muito imaginativo com a ferramenta que dá título ao filme, e eventualmente a abandona em favor da troca de SMS.

Entre esses temperos cinematográficos, truques de câmera e ângulos inesperados, Landon demonstra um controle ímpar de tom, que varia do suspense ansioso até a comédia de erros, conforme Violet precisa dar um jeito de fazer o que os criminosos mandam sem levantar suspeitas, e vê-la tentando manter as coisas progredindo com Henry dá ao filme um viés lúdico muito bem-vindo. Fahy acompanha bem esse registro, brilhando mais como neurótica do que como vítima, e é unicamente responsável por nosso desejo pelo sucesso do date; o que Sklenar tem de sobra no bigode, lhe falta no carisma.

A conclusão, aliás, é surpreendentemente intensa. Talvez intensa demais para conferir ao filme qualquer sensação real de risco. Mas apesar dos desfechos não serem lá isso tudo, Landon fez o suficiente para nos manter vidrados em Drop até o fim. Quase como alguém na expectativa de receber a próxima mensagem.

Drop: Ameaça Anônima entre em cartaz a partir de 10 de abril no Brasil.

Nota do Crítico
Bom

Drop: Ameaça Anônima

Drop

Ano: 2025

País: EUA

Classificação: 16 anos

Duração: 100 min

Direção: Christopher Landon

Elenco: brandon sklenar , Meghann Fahy

Onde assistir:
Oferecido por

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