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Fullmetal Alchemist | Crítica

Filme com atores baseado no anime é cheio de altos e baixos

27.02.2018, às 18H03.
Atualizada em 09.03.2018, ÀS 19H03

Quando a Netflix anunciou a compra dos direitos de distribuição do live-action de Fullmetal Alchemist os fãs se preocuparam. Apesar de não ser uma produção original do serviço de streaming, a associação da marca com adaptações de anime é lembrada pelo filme de Death Note - um exemplar não muito bem visto dentro da comunidade. Então, antes de qualquer coisa, é bom lembrar que esse longa não tem semelhança com Death Note em qualquer circunstância. Fullmetal Alchemist se inspira muito no anime e respeita, para o bem e para o mal, suas raízes japonesas.

A história se baseia livremente na série Brotherhood, que conta a história dos irmãos Edward e Alphonse, jovens que buscam a Pedra Filosofal para recuperar o próprio corpo após uma tentativa mal-sucedida de ressuscitar a mãe por meio de rituais proibidos de alquimia. No meio disso, o filme apresenta personagens que manipulam vários elementos, organizações criminosas também à procura da pedra e criaturas criadas a partir de uma mistura de ciência com fantasia. Várias sequências e personagens do filme são idênticas ao anime, a começar pela dupla protagonista e alguns trechos da cena final.

Em termos de fidelidade visual, não há muito do que reclamar. Apesar do exagero das perucas e dos efeitos especiais às vezes precários, a proposta é bem executada. Tudo fica dentro de um contexto lógico quando se vê as atuações caricatas e como os personagens reagem com exaltação a todo momento. É preciso assumir que a adaptação foi feita com o intuito de levar para a vida real o mesmo tom do anime. E nesse aspecto, Fullmetal é eficiente.

O roteiro tem altos e baixos, principalmente quando tenta explorar os principais dramas da obra - o relacionamento entre os irmãos e a discussão sobre vida eterna. Ed e Alphonse flutuam entre a comédia e o melodrama diversas vezes e são o coração da trama. A cena da briga entre os dois é a melhor do filme e exemplifica bem como a adaptação entende o impacto e dilema da dupla, que está presa em uma questão que vai além da recuperação dos corpos. Existe fracasso, raiva e muita culpa envolvida na relação entre eles - e isso é bem representado na tela.

Quando Fullmetal começa a misturar as organizações policiais, os cientistas e os homúnculos é que perde a mão. As explicações de planos e as justificativas dos vilões duram longos minutos, quase sempre com diálogos super expositivos. E o pior de tudo é que várias dessas justificativas poderiam ser feitas com imagens e não somente falas intermináveis. É outra característica do anime? Sim, mas essa não precisava ser transposta. O ritmo fica arrastado e dá ênfase a muito detalhe desnecessário.

Fullmetal Alchemist é uma adaptação digna e fiel às origens. Existem mudanças em relação à história original, mas elas são razoáveis e não comprometem o desenvolvimento dos protagonistas ou do núcleo principal. O maior erro do filme talvez seja se prolongar em explicações e tramas paralelas, fazendo com que a importância dos principais embates do roteiro se diluam. Por outro lado, não é nada que um fã de anime não esteja acostumado a ver em outras adaptações ou mesmo nos seriados.

Nota do Crítico
Bom
Fullmetal Alchemist
Hagane no renkinjutsushi
Fullmetal Alchemist
Hagane no renkinjutsushi

País: Japão

Direção: Fumihiko Sori

Roteiro: Hiromu Arakawa

Elenco: Jun Kunimura, Natsuki Harada, Fumiyo Kohinata, Natsuna, Kanata Hongo, Shinji Uchiyama, Yasuko Matsuyuki, Kenjiro Ishimaru, Yo Oizumi, Misako Renbutsu, Ryuta Sato, Dean Fujioka, Tsubasa Honda, Ryosuke Yamada

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