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Se a pergunta é "por quê?", a minha resposta é "não sei". Realmente não consigo ver motivos para este Garfield 2 (Garfield - A Tail of two kitties, 2006). A história é tão fraca quanto a do primeiro filme, os atores não melhoraram (na verdade, eles ainda conseguiram deixar Jennifer Love Hewitt feia em algumas cenas), não acrescenta nada ao histórico do gato mais famoso do mundo e, ao menos na versão dublada a que fui submetido, ele está menos cínico e (adredite!) até mesmo choroso. Ei, calma lá, este não é o Garfield que eu conheço e adoro!
Concordo que haja a necessidade de mudanças na hora de escrever um roteiro para o cinema. Um filme em que Garfield ficasse conversando com seu ursinho de pelúcia Pooky ou monologando no sofá vendo TV seria mais fiel às suas tirinhas, porém correria o risco de ficar ultratedioso. Mas daí a tirar toda a personalidade "looser" do Jon já são outros quinhentos. Toda a incorreção política do personagem nas historinhas curtas criadas por Jim Davis também vão por água abaixo, tornando este longa-metragem em um filminho que quer agradar a toda a família, sendo infantil e romântico, mas que pode acabar deixando os fãs de longa data ainda mais insatisfeitos.
Minimaratona de erros
Como não tinha visto o filme de 2004, resolvi montar uma minimaratona própria. Peguei o longa anterior para ver no DVD sábado à noite e segunda cedo fui ao cinema ver a segunda aventura do gato laranja no cinema. Erro número um: Bill Murray faz a diferença e se quisessem agradar à imprensa, deveria ter sido exibida a versão com som original. Erro número dois: Se o Garfield odeia as segundas-feiras é por um bom motivo, e por respeito ao protagonista a sessão deveria ter sido programada para outro dia. ;-)
Claro que o segundo erro apontado acima é uma brincadeira, mas que há uma diferença brutal da versão legendada para a dublada, é inegável. Nada contra os dubladores brasileiros, que são ótimos, mas ao assistir a um filme dublado, "salta aos ouvidos" uma artificialidade que não existe na versão original - culpa talvez da mixagem de som feita por aqui. E isso só piora quando há na história uma série de animais falantes, de arara e ferret a cachorros e patos.
A desculpa para usar este minizoológico na tela é a seguinte: quando uma inglesa de sangue azul morre, deixa toda a sua herança para seu gato de estimação, Prince (voz de Tim Curry), que obviamente é a cara de um certo gato gordo norte-americano. E Prince, adorado por todos os outros animais do palacete onde vive, vai enfrentar o ódio de um sobrinho malvado (Billy Connolly), que só herdará a fortuna da família quando o felino laranja deixar de existir.
"Coinicidentemente", na mesma época, Liz (Jennifer Love Hewitt) é convidade para ir a Londres palestrar. Tudo acontece rapidamente e o atrapalhado Jon (Breckin Meyer) não consegue pedir sua mão em casamento. Para tentar arrumar a situação ele parte atrás dela. Garfield (voz original de Bill Murray) e o cão babão Odie vão "na bagagem". A tal troca entre os gatos acontece e o resto você já sabe. Big Ben, troca da guarda, lasagna, cachorros que mordem calças e um final feliz.
Menos, é claro, para os fãs, que deveriam seguir o exemplo do astro nas tirinhas e ficar sossegados na poltrona de suas casas ou nas suas aconchegantes camas. Parafraseando o gato: se você ficar com uma vontade louca de fazer exercícios (leia "ir ao cinema"), sente e espere passar.
Ano: 2006
País: EUA
Classificação: 1 anos
Duração: 78 min
Direção: Tim Hill
Elenco: Jennifer Love Hewitt, Billy Connolly, Ian Abercrombie, Breckin Meyer, Tim Curry, Bill Murray, Roger Rees, Lucy Davis, Lena Cardwell, Veronica Alicino, Jane Carr, Oliver Muirhead, J. B. Blanc, Vernee Watson-Johnson, Russell Milton, Ben Falcone, Greg Ellis, Bob Hoskins, Sharon Osbourne, Sébastien Cauet