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Leitores mais antigos do Omelete já sabem que normalmente avacalhamos sem piedade qualquer tipo de comédia romântica que use como base a história da Gata Borralheira. Se algum dia dominarmos o planeta, nosso primeiro ato no poder será a proibição total desses filmes desprovidos de qualquer átimo de criatividade. Promessa de campanha!
A nova Cinderela (Cinderella Story, 2004) é mais um dessa laia. A única diferença para os outros é que esse teve a coragem de assumir no nome a inspiração. E acabam aqui os pontos positivos do filme.
No longa-metragem dirigido por Mark Rosman, o clássico conto de fadas é transportado para os arredores de Hollywood, onde vive Samantha (Hilary Duff, de Doze é demais), uma garota orfã forçada a morar no sótão da viúva de seu pai. Maltratada pelas duas filhas da madrastra... ah, pára... preciso mesmo contar a história de Cinderela? Basta saber que o sapatinho é substituído por um celular derrubado e que a fada-madrinha é Rhonda (Regina King), amiga de Samantha no bar em que elas trabalham.
Como se isso não bastasse, a produção também reúne os piores elementos das comédias românticas adolescentes. O "príncipe" é o capitão do time de futebol americano (Chad Michael Murray), as malvadas garotas "populares" não gostam de Samantha porque ela dirige um carro velho e por aí vai. Nem mesmo os momentos mais pastelões - protagonizados pela madrasta (Jennifer Coolidge, um pesadelo imortalizado em botox) e suas filhas Gabriella (Andrea Avery) e Brianna (Madeline Zima) funcionam. É tudo um grande desperdício de película, um veículo para maus atores e situações constrangedoras.
Aguardamos ansiosos o dia em que a versão de Walt Disney para o conto de fadas será deixada de lado e a arrepiante história original será rodada... nela, as duas irmãs malvadas cortam nacos dos dedos e calcanhares para fazerem os pés entrarem no sapatinho de cristal (na verdade, de ouro). Contudo, o sangramento decorrente inunda o calçado, fazendo com que o príncipe perceba que elas são impostoras e que ele ainda não havia encontrado a verdadeira Borralheira.
Ok, a versão registrada há dois séculos pelos irmãos Jakob e Willhem Grimm não é exatamente o que poderíamos chamar de comédia romântica. Mas, pelo menos, é original.
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