Caçado | Crítica

Aaron Hallam (Benicio del Toro) é um super-soldado das Forças Especiais do exército americano. Treinado tanto para matar com armas brancas quanto em técnicas de infiltração e perseguição, ele é daqueles combatentes invisíveis que entra na base inimiga, rasga a garganta do general e escapa sem deixar rastro.

Mas sua participação na guerra do Kosovo, quando viu pilhas de civis, incluindo crianças, serem mortos como limpeza étnica, marcou sua vida. Praticamente insano, ele deixou sua família para viver nas florestas do Oregon, onde já atacou e matou brutalmente quatro caçadores. Encontrá-lo agora é impossível, pois ele foi treinado para se esconder.

O FBI, que investiga o caso, convoca a única pessoa que pode encontrar Hallam: seu professor, L.T. Bonham (Tommy Lee Jones), que deixou a vida de instrutor militar para viver na tranqüilidade do Alaska. Assim como seu melhor aluno, Bonham é um tracker, um especialista em encontrar e perseguir pessoas. Desta vez, o trabalho não será nada fácil, principalmente quando eles saírem das florestas em direção à selva urbana.

Pode não parecer ruim, mas também não é uma idéia maravilhosa e inovadora. O grande destaque do filme são as lutas entre Hallam e Bonham, geralmente de mãos nuas, com uma técnica bem interessante. Mas o diretor William Friedkin (de O Exorcista e Regras do Jogo) parece não estar muito interessado em buscar bons ângulos ou dar um bom ritmo a estas cenas.

Ritmo, aliás, é o que falta no filme todo. A perseguição começa na floresta e eles lutam. De repente, estamos na cidade e abracadabra Hallam desaparece. Talvez agora tenhamos uma cena mais calma, um pouco mais de tempo para explicar o pano de fundo, ops, começou a perseguição de novo! E agora a correria é pelo trânsito, agora na sala de máquinas, agora... ué, já acabou? Friedkin, ou o editor, talvez estivesse tentando criar tensão, mas a impressão que fica é de um roteiro mal-amarrado.

Também é impossível não mencionar que desafia nossa imaginação ver Tommy Lee Jones, 56, correr tanto quanto Benicio del Toro, 36. É forçar dizer que uma boa dieta, a vida nas montanhas e os anos de experiência mantiveram a vitalidade do personagem de Jones, né? Além disso, haja contusões, quedas e cortes que o velhinho barbudo sofre durante o filme, mas que nunca são suficientes para detê-lo.

Conclusão: espere sair em DVD. Com sorte, vêm as cenas do making of e você poderá ver Tommy Lee esbaforido, quase morto, após cada cena. :-)