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Crítica

The Iceman | Crítica

Michael Shannon vive o assassino Richard Kuklinski em papel que definirá sua carreira

12.09.2012, às 01H15.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H37

O filme de máfia, uma das mais apreciadas formas do cinema policial, costuma glamurizar os criminosos, mostrá-los em momentos de diversão e colocá-los em ação em contexto empolgante, para depois desconstruir o mito criado. The Iceman, baseado em fatos, com direção do israelense Ariel Vromen, trata o assunto com mais seriedade, sem a mitificação.

Vromen co-escreveu o roteiro com Morgan Land a partir da biografia The Iceman: The True Story of a Cold-Blooded Killer (Anthony Bruno) e também no documentário The Iceman Tapes: Conversations with a Killer (de Jim Thebaut). Todo o material de pesquisa rende ao filme um realismo incomum, especialmente em relação ao protagonista.

The Iceman

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Michael Shannon (Boardwalk Empire, O Homem de Aço) vive Richard Kuklinski, assassino favorito de todas as sete famílias do crime da Costa Leste dos EUA. Segundo sua própria estimativa, o "Homem do Gelo" assassinou mais de 200 homens (o filme fala em "apenas" mais de 100) e se orgulhava de sua variedade técnica. Ele era conhecido por congelar os corpos de suas vítimas, o que atrapalhava investigações policiais por encobertar a hora da morte.

O Kuklinski de Shannon, em um papel que deve definir sua carreira, é um homem de poucas palavras. Mais balbucia e rosna do que fala com seus empregadores e vítimas. Ainda que não se torne exatamente sociável, a a situação muda dramaticamente quando está com sua família. Em sua atuação, o protagonista apenas relaxa o semblante, como se o amor pela esposa (Winona Ryder) e as duas filhas, que não desconfiam de coisa alguma, fosse uma redenção para os atos de violência. O assassino sequer extrai qualquer prazer em seus atos. É meramente um trabalho - e ele o faz com método e competência, além do rosto de pedra.

O bom elenco inclui David Schwimmer (o Ross da série Friends, como um assassino de bigode e rabo-de-cavalo), Ray Liotta (o mafioso Roy Demeo) e Chris Evans (Os Vingadores). O último vive - com competência e um certo humor - Robert "Mr. Softee" Pronge, o conselheiro do matador, uma espécie de "Q" de James Bond, sempre pronto para testar venenos e substâncias.

Usando fotografia e figurino elegantes, The Iceman atravessa os anos 60 e 70 com tons sépia e dessaturados. A passagem do tempo é sutil e, interessante, dá-se mais através do estilo dos bigodes e cavanhaques do que com recursos cinematográficos. Vromen realiza um filme interessado na pessoa do assassino, mas longe de se apaixonar por ele.

É uma produção sem problemas graves, mas que simplesmente não gera relação alguma com seu perigoso retratado, ou os outros personagens. A influência do documentário e a necessidade do realismo são sentidas com intensidade e o distanciamento resulta em um filme tão frio quanto o Ice Man.

Nota do Crítico
Bom
The Iceman
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Ano: 2012

País: EUA

Classificação: LIVRE

Duração: 105 min

Onde assistir:
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