Dicionário de Cama | Crítica

Ambientado nas selvas da Malásia durante a década de 30, o drama romântico Dicionário de cama (The sleeping dictionary, de Guy Jenkin, 2002) mostra o jovem oficial inglês John Truscott (Hugh Dancy) enviado pelo governo britânico ao povoado de Sarawak para ajudar no processo de colonização.

A tarefa não é fácil. Os nativos possuem estranhos costumes e tradições peculiares e há também a barreira do idioma, incompreensível para o inglês. Como solução, os chefes locais oferecem ao estrangeiro um dicionário de cama, uma nativa chamada Selima (Jessica Alba, de Dark Angel) para viver e dormir com ele. Na época, a prática era comum por lá e permitia aos britânicos o aprendizado acelerado da língua.

Entretanto, a proximidade e o contato íntimo acabam despertando no casal algo mais do que o entendimento do idioma. Selima e John apaixonam-se e o relacionamento desperta a ira dos oficiais britânicos e dos líderes nativos. A hipocrisia e os conflitos gerados tomam proporções inesperadas e resultam num confronto armado capaz de destruir as duas diferentes comunidades da nova colônia britânica.

Desde o término das filmagens, o filme amargou meses nas prateleiras da Fine Line Features e teve seu lançamento adiado diversas vezes. Finalmente, a produtora optou por lançá-lo direto em vídeo, destino de filmes sem qualidade ou apelo comercial. No caso de Dicionário de cama, uma saída questionável. A produção pode não ser um primor do gênero, mas não chega a ser ruim.

A reconstituição de época é bem-feita, as locações na Malásia são belas e a fotografia ganha com isso. O casal de protagonistas também não compromete a fita, auxiliado pelo competente elenco de apoio liderado por Brenda Blethyn (indicada ao Oscar por Segredos e mentiras e Laura, a voz de uma estrela) e Bob Hoskins (indicado ao Oscar por Mona Lisa).