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Histórias do Olhar | Crítica

<i>Histórias do olhar</i>

11.09.2003, às 00H00.
Atualizada em 07.11.2016, ÀS 13H03

Histórias do olhar
Brasil, 2001 - Drama - 80 min.

Direção: Isa Albuquerque
Roteiro: Ana Lucia Andrade, Isa Albuquerque, Duba Elia

Elenco: Walmor Chagas, Maria Lucia Dahl, Cissa Guimarães, Jonas Bloch, Eliane Giardini.

Depois de uma proveitosa e bem-sucedida safra de filmes nacionais, chega às telas Histórias do olhar, a pior produção do cinema nacional dos últimos anos.

Difícil falar mal de um longa nacional, sem dúvida produzido com sacrifício num mercado em que a captação de recursos para a produção cinematográfica ainda está dando os primeiros passos. Entretanto, Histórias do olhar é um equívoco tão grande que nem o espírito empreendedor da diretora Isa Albuquerque serve como justificativa para tentar uma resenha que enxergue os pontos positivos da produção. Simplesmente não há pontos positivos no filme.

Rodado em digital, mas com textura de legítima pornochanchada dos anos 70, o filme é dividido em quatro partes (“Inveja”, “Rancor”, “Medo” e “Amor”) que têm como ponto em comum uma livraria (que mal aparece). Os episódios supostamente deveriam explorar os sentimentos de quatro mulheres em fases diferentes da vida, mas são tão desconexos e constrangedores que fica difícil tentar buscar alguma profundidade ali.

No curtíssimo “Inveja”, talvez o melhorzinho dos quatro, a diretora expõe o drama de uma mulher madura que, ressentida por não despertar mais o desejo masculino, começa a assediar psicologicamente uma outra mulher. O pior de todos, “Rancor”, conta a história de uma feiosa psicanalista alternativa que arma uma cilada para se vingar do homem que a rejeitou quando criança (com razão). Em “Medo”, uma adolescente magrela é assediada pelo padrasto e pelo zelador do prédio, enquanto sua mãe só pensa em cuidar da própria carreira. A trama de “Amor” envolve uma cantora lírica que pretende eternizar suas formas (caídas, diga-se de passagem) em uma escultura e acaba sendo disputada por dois homens. Tudo isso com alguns closes em olhos que aparecem aqui e ali, para justificar o título do filme.

Vale destacar também a verdadeira mancha que a produção é nas carreiras de atores como Eliane Giardini, Jonas Bloch e Walmor Chagas. Os três, ao lado do resto do elenco, não conseguem uma linha sequer de atuação convincente. Pelo menos isso serviu para que outra "estrela" da produção, a chata Cissa Guimarães (aquela do Videoshow), não destoasse dos demais.

Ah, pra não dizer que não encontrei nada de bom no filme, o cabelo do Walmor Chagas está absolutamente impecável. Parece que existe um quilo de algodão sobre a cabeça do veterano ator. Mas para que você não tenha que ir ao cinema só para vê-lo, confira a imagem ao lado. Não é o máximo? :-)

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