Inatividade Paranormal 2 | Crítica
Pelo menos é (um pouco) superior ao primeiro
No ano passado, Inatividade Paranormal foi uma surpresa de bilheteria. A paródia de filmes de terror custou apenas US$ 2,5 milhões, mas arrecadou inacreditáveis US$ 59 milhões. Neste caso, infelizmente, sucesso de bilheteria não representa qualidade. A afirmação também é válida para o segundo filme, Inatividade Paranormal 2.
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Dirigido, produzido e estrelado por Marlon Wayans, o longa é um pouco superior ao primeiro - o que não quer dizer que seja bom. Novamente, o artista elaborou ao lado de Rick Alvarez um roteiro cheio de exageros, misoginia e piadas tão explícitas que chegam a perder a graça.
No primeiro longa, o casal Malcolm (Wayans) e Kisha (Essence Atkins) sofreu com uma casa assombrada por espíritos. Agora, o protagonista está com uma namorada nova. Ele vai morar com Megan (Jamie Pressly) e seus dois filhos. Como a garota é branca e o vizinho, Miguel (Gabriel Iglesias), é mexicano, há margem para diversas piadas raciais. Frequentemente, um personagem acusa o outro de ter dito algo racista, apenas para confirmar a afirmação momentos depois.
Alguns trechos são engraçados, como a tentativa de um adivinhar o sobrenome do outro. Depois, a piada se desgasta- principalmente quando Miguel passa a repetir que o bairro se desvalorizou quando um negro passou a morar ali.
Enquanto o primeiro filme parodiava Atividade Paranormal, as inspirações de Inatividade Paranormal 2 são mais variadas. As principais obras parodiadas são A Entidade, Invocação do Mal, Possessão e Sobrenatural.
No caso de A Entidade, Malcolm vê as gravações do ser que assombra a casa, mas todas as tentativas de assassinatos acabam em fracassos. Foi uma boa ideia de paródia, assim como a maneira como a caixa demoníaca de Possessão, que domina a filha adolescente de Megan.
Estranha mesmo é a inclusão de Abigail, boneca idêntica à Anabelle de Invocação do Mal. Wayans decidiu repetir o momento do primeiro filme em que Malcolm faz sexo com bonecos de pelúcia. Desta vez, são repetidas cenas de transas com a boneca. Não chega a ser engraçado, mas cansativo.
Aliás, o filme todo peca por estender demais as piadas. Talvez alguns segundos com Wayans e Abigail tivessem sido suficientes, mas os espectadores são obrigados a observar o ator em todas as posições sexuais imagináveis. Em alguns momentos, diálogos relativamente engraçados descambam para longas conversas abordando temas sem relação alguma com a trama. E a graça vai embora junto.
É principalmente nesses diálogos que o teor misógino já presente no primeiro filme vem à tona. Em meio a uma conversa sobre possessão demoníaca, o padre Doug (Cedric The Entertainer) diz que Chris Brown estava certo em agredir Rihanna, "já que ela às vezes não sabe calar a boca". Além de ser muito grave fazer esse tipo de afirmação, não há risada que possa ser tirada daí.
Se há alguma vantagem em Inatividade Paranormal 2, é que o longa traz (em raros momentos) piadas melhores que as do primeiro. Elas são intercaladas com momentos de suspense, sustos de verdade que precedem situações cômicas. Mas o novo trabalho de Wayans está longe de ser considerado uma paródia decente.
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