Steamboy | Crítica
<i>Steamboy</i>
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Para os fãs de animação, Steamboy (2004), de Katsuhiro Otomo, era muito aguardado. O artista japonês é o criador de Akira (1988), um divisor de águas no universo da animação. Entre os dois longas passaram-se dezesseis anos e com esse tempo as expectativas aumentaram. Pior para Otomo, pois as comparações são inevitáveis e Steamboy está aquém de seu trabalho mais clássico.
Ra Stim é um jovem inventor que recebe das mãos de seu avô, durante a visita de uma feira de tecnologia em Londres, uma estranha bola de metal conhecida como Steam ball (bola de vapor). Esta incrível invenção comporta uma nova espécie de energia que tem a capacidade de suprir uma nação inteira. Ao tentar proteger a esfera do inescrupuloso grupo da OHara Foundation, Ra Stim descobre aos poucos os fantásticos poderes que o objeto possui, utilizando-os para ajudá-lo a combater o mal, salvar sua família e livrar a capital inglesa da ameaça de destruição.
O maior problema de Steamboy está na previsibilidade do roteiro. Todos os elementos tradicionais estão lá. O público não demora para identificar os heróis, vilões, as situações cômicas e os motivos que levam os personagens em suas ações. Tem ainda todo um lado filosófico sobre os sacrifícios em nome do progresso, mas isso não salva Steamboy de ser uma história chata.
São perseguições clichês, diálogos que não emocionam e um clímax interminável de longos 45 minutos de explosões e barulhos que não possuem alma. Tudo muito frio e correto. Em certos momentos achei que o Senhor Scoty, engenheiro da Enterprise, iria aparecer durante a ação, tantas foram as vezes que escutei: "não sei quanto tempo mais ela irá agüentar, capitão!". A trilha sonora é um horror. O compositor Steve Jablonsky (Pearl Harbor) concorre com as explosões com uma música alta, típica dos filminhos americanos de ação. Tudo muito previsível e enfadonho.
O melhor do filme é o seu visual impressionante. Agora percebe-se porque sua estréia foi adiada tantas vezes. A riqueza de detalhes nos cenários é um banquete para os olhos. Há uma combinação sucessiva de cenas em duas e três dimensões. Tendo como fundo a era vitoriana, os animadores tinham um prato cheio para utilizar diversas cores e esmiuçar o período. Os criadores resolveram usar poucos efeitos de computação gráfica e apostaram na animação tradicional. Uma escolha acertada.
Se toda a preocupação com o visual fosse dividida com o roteiro, Otomo teria atingido deu objetivo. Infelizmente, do jeito que ficou Steamboy é um filme feito para os olhos e não para o cérebro e o coração.
Steamboy
Suchîmubôi
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