O ator Tom Hardy (O Cavaleiro das Trevas Ressurge) é a força que move Legend, filme sobre a máfia londrina nos anos 60. E o faz em dose dupla, já que vive os gêmeos idênticos Reggie e Ronnie Kray.
Os Kray eram os infames líderes de uma gangue que controlava casas noturnas na Londres sessentista, enfrentando a polícia e lidando com violência extrema os grupos rivais. Apesar da semelhança física, Hardy não poderia interpretar os irmãos de maneira mais distinta, criando trejeitos, olhares e até movimentos distintos para cada gângster. Um é gay, emocionalmente instável e tem tendências psicopatas. O outro é charmoso e menos impulsivo, mas igualmente perigoso.
Seria o trabalho dos sonhos para qualquer ator, mas o diretor e roteirista Brian Helgeland simplesmente não dá material suficiente para seu elenco trabalhar. A primeira metade do filme, com as apresentações e o desenvolvimento do cenário, é instigante - e ver Hardy indo e vindo como os Kray é sempre fascinante. Mas a última hora se arrasta inclemente e desestrutirada, sem um objetivo claro e com pouco efetivamente acontecendo em tela... algo inesperado dado o calibre de Helgeland como roteirista.
Ao menos Emily Browning, que vive a esposa de Ronnie, preenche os espaços com alguma dignidade. Mas a montagem poderia ter poupado uns bons 20 minutos do filme, que fora Hardy não teria muito a ser comentado em seu favor.
Leia todas as críticas do Festival de Toronto 2015
País: Reino Unido
Classificação: LIVRE
Direção: Brian Helgeland
Roteiro: Brian Helgeland
Elenco: Tom Hardy, Emily Browning, Taron Egerton, Christopher Eccleston, Paul Anderson, David Thewlis, Tara Fitzgerald
