Looney Tunes: O Dia que a Terra Explodiu

Créditos da imagem: Paris Filmes

Filmes

Crítica

Looney Tunes O Dia Que a Terra Explodiu é maratona engraçada, criativa e caótica

Primeira animação longa-metragem 100% original dos mascotes faz jus ao legado da marca

Omelete
4 min de leitura
21.04.2025, às 07H00.

Com quase 100 anos de história, é quase inacreditável que O Dia Que A Terra Explodiu seja o primeiro longa-metragem animado totalmente original dos Looney Tunes. Os mascotes da Warner Bros. já estiveram nos cinemas com centenas (não é exagero) de curtas, longas que reaproveitaram material dos desenhos e, claro em clássicos que misturam a animação com live-action, como Space Jam e Looney Tunes: De Volta à Ação.

Não é um exagero dizer, então, que há um certo grau de pressão em O Dia Que A Terra Explodiu, tanto pelo legado imensurável de Pernalonga e seus amigos – incluindo os protagonistas do filme: Patolino e Gaguinho – quanto pela proposta quase diametralmente oposta ao formato no qual essas histórias se disseminaram pelo último século, isto é: curtas-metragens. Até mesmo na televisão, os episódios de Looney Tunes são compostos de múltiplas aventuras com apenas alguns minutos de duração. É uma escolha mais do que compreensível. Esses desenhos são marcados pelo altíssimo grau de visuais criativos, humor surrealista e energia constante. Manter tudo isso por 90 minutos é um desafio.

Felizmente, isso caiu nas mãos de Pete Browngardt. Em sua estreia como diretor de cinema, o responsável pelo maravilhoso reboot da franquia no streaming, com Looney Tunes Cartoons (disponível no catálogo brasileiro da Max, por enquanto), mostra que o sucesso crítico da série mais recente dos personagens não é um acidente. O Dia Que A Terra Explodiu, de fato, luta para manter o ritmo frenético necessário para a trama – um mix de filme de invasão alienígena, apocalipse zumbi e Armaggedon com Patolino e Gaguinho – até o rolar dos créditos, mas sempre que o filme parece estar preto de ficar sem fôlego, esse talentosíssimo time de animadores traz à vida mais uma ideia lúdica do roteiro assinado pelo time de Cartoons.

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Este, claro, é uma coleção de piadas repletas de truques visuais, bizarrices cômicas e timing impecável. Começando na juventude de Patolino e Gaguinho, que crescem juntos sob os cuidados do estranhamente estatuesco Fazendeiro Jim, e eventualmente se posicionando como um retrato divertido das 48 horas que os dois têm para conseguir dinheiro o suficiente para não perder sua casa de infância, O Dia Que A Terra Explodiu aproveita os valores de produção mais elevados para encenar sequências que – como tudo de bom envolvendo Looney Tunes – existem na beira do caos.

Nessas cenas, o filme narra uma invasão alienígena através de chicletes controladores, repleta de referências ao passado do cinema de ficção-científica à moda Looney Tunes. O longa parece sempre estar prestes a estourar as costuras e desmoronar como uma bagunça, mas Browngardt e seu time são artistas do desastre; seja quando faz um monstro à la O Enigma de Outro Mundo feito de goma de mascar ou quando coloca os heróis para dar uma de Bruce Willis dentro de um asteróide, O Dia Que A Terra Explodiu usa a cacofonia de imagens a seu favor, no processo transformando a tal “lógica Looney Tunes” numa ferramenta para ilustrar a dificuldade, e o valor, de manter amizades no mundo maluco em que Patolino e Gaguinho existem.

Se o primeiro representa o quão lunáticos os animais da animação podem ser, resolvendo cada problema com uma marreta e um grito de língua presa, o segundo é o avatar perfeito para ansiedade que percorre obra e público ao ver essa maratona de risadas e loucuras. Adicione a isso os impecáveis trabalhos de voz de Manolo Rey como o porquinho e Márcio Simões como o pato na versão brasileira, e as energias dos dois contrastam e combinam para dar ao filme um ótimo vai-e-vem temático. Seria um exagero dizer que há algo refinado no texto de O Dia Que A Terra Explodiu, mas manter a coerência emocional debaixo desta colagem de esquetes animadas não é tarefa fácil.

Looney Tunes: O Dia que a Terra Explodiu
Paris Filmes

O feito, contudo, é o que faz O Dia Que a Terra Explodiu funcionar como longa-metragem. Seria fácil transformá-lo numa coletânea de curtas com um fio narrativo mantendo capítulos minimamente conectados, mas isso não seria o suficiente para diferenciar esse lançamento das outras passagens de animações de Looney Tunes pela telona. É a capacidade de dar aos momentos cada vez mais exagerados uma sensação de progressão que faz disto, no fim das contas, um filme.

Como Pernalonga na mira do maldito Hortelino, os Looney Tunes estão passando por uma temporada de caça na Warner Bros. Praticamente todas as séries dos mascotes saíram da Max nos EUA, o prédio dedicado à marca no lote do estúdio será demolido e filmes como este, lançado no Brasil pela Paris Filmes – e Coyote vs. Acme, que milagrosamente não foi destruído no estilo Batgirl – não estão sendo distribuídos pela empresa. Há um novo longa em desenvolvimento, mas só o tempo dirá se David Zaslav quer, realmente, que ele veja a luz do dia. O Dia Que a Terra Parou, porém, sugere que esta é uma espécie digna de proteção. A cinco anos do aniversário de um século da criação dos Looney Tunes, a criatividade inerente a estes desenhos não está se esgotando.

Nota do Crítico
Ótimo

Looney Tunes - O Filme: O Dia que a Terra Explodiu

Looney Tunes: The Day the Earth Blew Up

Ano: 2024

País: Estados Unidos

Onde assistir:
Oferecido por

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