Mente Criminosa cumpre bem o papel do marketing. Possui cartazes bem produzidos e uma meia dúzia de rostos queridos do grande público, entre eles Ryan Reynolds e Gal Gadot, também conhecidos como Deadpool e Mulher-Maravilha. No entanto, por baixo da boa propaganda está um filme tão genérico quanto qualquer produção de segundo escalão de Hollywood. Com uma história que se acha mais inteligente do que é, o longa de Ariel Vromen não entrega nenhuma das experiências pretendidas - ele falha quando quer ser um thriller policial e quando quer ser uma ficção científica.
Kevin Costner é Jerico, um criminoso com problemas mentais que é cooptado pelo governo americano para receber as memórias de um importante agente da CIA, Billy Pope (Reynolds). Dentro da mente do falecido estão informações necessárias para que o policial vivido por Gary Oldman consiga recuperar um programa que controla armas de destruição em massa - software este pretendido pelo vilão Hemidahl (Jordi Mollà). Tommy Lee Jones entra na trama como o médico responsável pela cirurgia de transferência de memórias e Gadot como a esposa de Reynolds.
No papel, a história de Mente Criminosa não é de todo ruim. Há potencial para algumas cenas de ação e uma tensão em volta do dilema vivido por Jerico. Tudo isso é desperdiçado em sequências de luta pobres, que servem só para ratificar a insanidade do personagem de Costner, um maluco que começa a se transformar em um super agente e um super marido. Não sobra espaço para o ator mostrar mais do que alguns rugidos e um ou outro olhar de coitado. Com os diálogos que tinha em mãos, Costner faz milagre ao dar alguma simpatia a Jerico. O mesmo não pode se dizer de Mollà, que assume o manto de um vilão bobo e afetado, situado fora do contexto realista do filme.
Mente Criminosa é daqueles filmes com cara de produtor que não conhece de cinema. O típico sujeito que enxerga uma história, reúne um elenco de ponta e acredita que está realizando o longa de ação que a audiência sempre quis. Ele esquece de contratar um diretor com capacidade e assinatura, e um roteirista que saiba criar situações de risco e arcos interessantes para se acompanhar. É uma história genérica como tantas outras que são esquecidas assim que o espectador sai do cinema.
Ano: 2015
País: Reino Unido/ EUA
Classificação: LIVRE
Direção: Ariel Vromen
Roteiro: David Weisberg, Douglas Cook
Elenco: Ryan Reynolds, Gal Gadot, Alice Eve, Gary Oldman, Kevin Costner, Tommy Lee Jones, Michael Pitt
