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Crítica

Ótima ideia para um curta, Mergulho Noturno convence no longa com bons sustos

Estreia de Bryce McGuire na direção é ousada e surpreendente

Omelete
3 min de leitura
18.07.2024, às 10H13.

Por boa parte de Mergulho Noturno, é difícil não questionar a decisão de transformar este curta de 2014 em um longa. A ideia de Bryce McGuire e Rod Blackhurst, que chamou a atenção de ninguém menos que James Wan – responsável por produzir o longa –, limita-se a uma piscina amaldiçoada. Por sua premissa simples, o longa se estende em sequências de nados, ruídos estranhos e cenas sinistras na água. Mas ao final da singela duração de uma hora e 38 minutos de filme, é difícil também encontrar uma razão para não fazê-lo. Com tanto filme sobre casa mal-assombrada por aí, por que não convencer o público com uma piscina? 

Enquanto o curta se limitava a uma mulher que enxerga um vulto na beira da piscina, Mergulho Noturno se desenvolve na história da família Waller, que lida com o diagnóstico de esclerose múltipla do Sr. Waller (Wyatt Russell), um ex-jogador de beisebol, e encontra uma casa convenientemente barata onde ele pode se tratar por meio da hidroterapia. Não demora para que cada um dos indivíduos da família passe por algum acontecimento estranho dentro da piscina da residência, e a Sra. Waller (Kerry Condon) comece a suspeitar do que está acontecendo. Até lá, filho e filha se assustam com o lugar e, estranhamente, o Sr. Waller vai de bem a melhor. 

O que funciona muito bem em Mergulho Noturno, em primeiro lugar, é o casamento entre o lugar de sossego e a sensação de perigo. Se a filmagem subaquática já foi usada e abusada em filmes de mar – um cenário, por natureza, ameaçador –, vê-la causar receio em um ambiente tão restrito e pacífico é surpreendente. A direção de McGuire, o principal destaque do filme, usa a câmera submersa de forma convencional, mas sabe quando usá-la e, principalmente, como voltar para a superfície. Não são poucos os jumpscares de Mergulho Noturno, mas eles são certeiros. 

McGuire não joga só no seguro e, inclusive, tem ousadia o suficiente para decisões que podem acabar afastando parte do público que espera um terror mais pé no chão. A representação física da ameaça, peça central de um dos melhores sustos do filme, é motivo de uma boa gargalhada para quem se deixar levar por Mergulho Noturno. Sua aparição inusitada estabelece este terror como conto de fadas, mas também entrega pontos para a obra de McGuire simplesmente porque não é qualquer um que atreveria incluir isso em seu filme. 

Parte seguro, parte arriscado, Mergulho Noturno é recheado de talento: seja pela direção estreante e sólida de McGuire, pelas boas atuações de Russell e Condon, ou a atmosfera muito bem construída com auxílio da trilha de Mark Korven (A Bruxa, O Farol). Com sustos para embalar a jornada, e uma mitologia surpreendente por trás, Mergulho Noturno se sustenta em bases tão justificáveis quanto um Invocação do Mal

Nota do Crítico
Ótimo
Mergulho Noturno
Night Swim
Mergulho Noturno
Night Swim

Ano: 2024

País: Estados Unidos

Duração: 98 min

Direção: Bryce McGuire

Roteiro: Bryce McGuire

Elenco: Wyatt Russell, Nancy Lenehan, Kerry Condon, Amélie Hoeferle

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