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Crítica

O Homem do Futuro | Crítica

Unindo a ficção científica à comédia romântica

01.09.2011, às 18H10.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H43

Viajar no tempo e espaço é um maiores prazeres da ficção científica, criando paradoxos temporais que podem levar a história a infinitas direções diferentes. No cinema, temos, por exemplo, a nova Star Trek de J.J. Abrams, que cria um universo paralelo. E temos também a mais antológica série de viagens no tempo, De Volta para o Futuro, que discute as consequências que uma mudança aparentemente pode fazer com o futuro de uma pessoa. O Homem do Futuro (2011), novo filme do roteirista e diretor Cláudio Torres (Redentor, A Mulher Invisível) segue mais esta segunda linha, e mostra Zero, o personagem de Wagner Moura, voltando duas vezes para o seu passado.

O Homem do Futuro

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O motivo, claro, é uma mulher. Seu nome é Helena (Alinne Morais). No final de 1991, os dois estão cursando Física na faculdade. Ele é o nerd, tímido, gago, que só consegue olhar para baixo quando estão juntos. Ela é a mulher mais linda da turma, que já não aguenta mais as pessoas que só vivem de aparência e quer ficar ao lado de alguém com mais conteúdo intelectual. No dia da festa à fantasia de fim de ano, os dois finalmente ficam juntos, mas nem tudo termina bem para ele, que a partir daquele dia se torna uma pessoa amargurada e que não acredita mais na felicidade.

Duas décadas depois, trabalhando na busca de uma nova fonte de energia, Zero acaba criando um buraco de minhoca que o manda para o pior dia de sua vida. E agora, com a possibilidade de mudar tudo, a humilhação de 20 anos atrás não voltará a acontecer. Mas ao macular seu próprio passado, Zero muda também seu futuro e o que ele vê não é exatamente o que imaginava.

Quem assistiu à trilogia estrelada por Michael J. Fox enxerga claramente aqui um resumo dos dois primeiros filmes da série, inclusive com o protagonista subindo ao palco para animar os colegas no baile e tudo mais. A reciclagem da ideia, porém, não chega a incomodar, pois a homenagem é clara e feita com respeito.

Ao misturar a ficção cientítifica com a comédia romântica, Cláudio Torres age como um trapezista seguro, andando sem tropeçar na linha que separa o cinema comercial do autoral. De uma só vez ele consegue falar do que quer - no caso, a ficção científica e as viagens no tempo que ele não esconde curtir - enquanto o público vê o que também quer - que é uma história divertida, bem contada e com rostos que eles estão acostumados a ver na televisão diariamente.

Mas o filme não passa sem falhas. Contrastando com as divertidas e bem distintas atuações de Wagner Moura - cândido na época da faculdade, desiludido no primeiro presente e seguro de si no futuro -, a sensualidade e dureza de Alinne Morais e o bom companheirismo de Fernando Ceylão, estão os atemporais Gabriel Braga Nunes e Maria Luísa Mendonça. Apesar de seus figurinos e cabelos acompanherem bem a mudança temporal, os dois já não têm mais idade para se passar por universitários e a maquiagem não ajuda.

Wagner Moura e seu Zero devem levar muita gente ao cinema, somando assim mais uns zeros à conta de Cláudio Torres, que poderá continuar fazendo os filmes do seu jeito. O Homem do Futuro é o buraco de minhoca que pode trazer o cinema de gênero ao nosso presente.

Nota do Crítico
Bom
O Homem do Futuro
O Homem do Futuro
O Homem do Futuro
O Homem do Futuro

Ano: 2011

País: Brasil

Classificação: 12 anos

Duração: 102 min

Direção: Claudio Torres

Elenco: Wagner Moura, Alinne Moraes, Maria Luísa Mendonça, Gabriel Braga Nunes, Fernando Ceylão

Onde assistir:
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